quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Agronegócio, transgênicos, agrotóxicos e a alternativa da agroecologia


Entrevista especial com Daniel Tygel

Fonte: IHU Online, 23/10/2011

Não é possível o convívio do agronegócio, dos transgênicos e dos agrotóxicos com a agroecologia. Não é possível o convívio de um modelo de desenvolvimento capitalista com as redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários. A agroecologia e a economia solidária trazem em seu seio os germes de uma sociedade onde a cooperação e a vida estão acima da competição e do lucro. O agronegócio, as corporações e o mercado financeiro se orientam pelos interesses econômicos de algumas poucas e influentes famílias e grupos empresariais ou de acionistas”, constata Daniel Tygel, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Em sua opinião, quais foram pontos fortes do Encontro de Diálogos e Convergências, ocorrido em Salvador entre os dias 26 e 29 de setembro deste ano?

Daniel Tygel - Primeiramente, o fato de o encontro ter sido construído junto, durante quase dois anos, entre nove redes diferentes, constitui um ponto forte. São elas: Articulação Nacional de Agroecologia (ANA); Associação Brasileira de Agroecologia (ABA); Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES); Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA); Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN); Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO); Rede Alerta contra o Deserto Verde (RADV); e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Estamos em um momento de várias crises, e ao mesmo tempo de expressão massiva de indignação contra a financeirização da vida. Os indignados de países árabes, europeus, latinoamericanos, africanos, asiáticos e norte-americanos estão cada vez mais visíveis. As ocupações dos “Wall Streets” nas metrópoles, no dia 15 de outubro, ampliaram o movimento.

Com o Encontro de Diálogos e Convergências, nos somamos a esta indignação, trazendo junto a ela a proposta concreta de alternativas no campo econômico e da produção agroalimentar. Vivemos, portanto, um tempo de ousadia, indignação e de proposição criativa, e por isso saio muito entusiasmado com as possibilidades de ação que aquelas 300 pessoas das nove redes construíram durante o Encontro de Diálogos e Convergências.

A metodologia do encontro enfrentou o desafio de buscar sempre associar três elementos em todos os debates: a denúncia crítica, a resistência e a construção de alternativas. Há redes, como a Rede de Justiça Ambiental e a Rede Alerta contra o Deserto Verde, que focam bastante na denúncia quanto às inconsistências e danos do atual modelo de desenvolvimento e de agricultura. Já o Fórum Brasileiro de Economia Solidária e a Articulação Nacional de Agroecologia têm foco bastante forte na construção de alternativas concretas às necessidades da sociedade, buscando superar o modelo. Além disso, dentro das redes, há várias iniciativas de resistência dos povos e comunidades tradicionais, a resistência em manter seu modo de vida, sua cultura, sua terra, a apropriação coletiva dos resultados, sua lógica econômica. Isso vale também para as iniciativas de afirmação da autonomia das mulheres. A articulação entre denúncia, resistência e construção de alternativas, que se destaca bastante na carta política final, traz uma riqueza gigantesca ao debate e um maior poder de ação de cada uma das redes e movimentos que construíram o Encontro.

Tenho a convicção de que o Encontro de Diálogos e Convergências não é o ápice de um processo, mas uma etapa importante, um “engatar no trilho” rumo a uma ampla construção, a partir deste método experimentado e apropriado, de diálogos e convergências nos territórios, que é onde as lutas são travadas e onde a vida acontece. O encontro será avaliado pelos seus desdobramentos na construção de ambientes territoriais de diálogos e convergências, e não somente pelas suas deliberações. Não há novidade na necessidade de buscar convergências entre os movimentos no Brasil. A novidade neste encontro, portanto, foi a proposta de metodologia para se avançar nesta busca e fazer política de maneira inovadora, que se mostrou bastante consistente com a realidade dos atores que compõem a base de cada uma das redes e movimentos promotores do Encontro e teve uma apropriação e ressonância muito positiva.

Já começam a se desenhar alguns resultados concretos, como a realização, nos próximos meses, de encontros locais de diálogos e convergências em diferentes estados. Outro desdobramento positivo foi a iniciativa, na primeira semana de outubro, de convergência entre três campanhas: a Campanha contra os agrotóxicos e pela vida; a Campanha pela Lei da Economia Solidária, e a Campanha pela Reforma Política. Do Encontro também saiu uma agenda bastante concreta e importante, a meu ver, que é a construção do Intermapas, uma ferramenta de visibilização, numa mesma plataforma da internet, de um “mapa de mapas”, ou seja, a disponibilização das informações produzidas por diferentes mapas, como o de agroecologia, o de economia solidária, os projetos financiados pelo BNDES e o das injustiças ambientais num mesmo mapa interativo (um protótipo do intermapas encontra-se em www.fbes.org.br/intermapas).

IHU On-Line – De que maneira pode ser realizado o consumo consciente e responsável? Quais são as estratégias para que haja maior aproximação entre agricultores e consumidores?

Daniel Tygel - O consumo consciente e responsável acontece quando quem consome passa a desnaturalizar o ato de consumir e percebe que este ato é fazer um investimento numa determinada forma de produzir, num modelo de sociedade, e não é, de forma alguma, definido simplesmente pela vontade e pelo gosto de cada um e cada uma. É, portanto, um ato político e de investimento econômico. Frequentemente, confunde-se o consumo consciente e responsável a certos dogmas do politicamente correto e das boas práticas: “jogue o lixo no lixo”, “não use descartáveis”, “mantenha a torneira da pia fechada”, etc. Não é assim que o vemos. Para nós, o consumo responsável significa ter um olhar constantemente curioso sobre o mundo, sobre a forma como e em que condições cada produto é fabricado, sobre a maneira como as lojas, feiras e supermercados funcionam. Portanto, para consumir responsavelmente, basta ser curiosa/o sobre o mundo à nossa volta, e se perguntar: “será que este produto que vou consumir, ou este supermercado em que vou entrar, tem uma história e uma forma de funcionamento que vão de acordo com valores como a preservação ambiental, a justiça social, a equidade e autonomia de gênero, raça e etnia?”.

A partir daí, todo um universo se abre, e as alternativas podem ser encontradas em feiras locais, centrais de comercialização, na organização do consumo coletivo, na priorização de produtos e produtores locais (mercearias, lojinhas), na valorização da cultura e culinária locais, etc. O consumo responsável é, portanto, uma opção política pelo fortalecimento de um outro tipo de relação econômica onde todos saem ganhando: o consumidor por acessar produtos de qualidade, conhecendo inclusive sua origem, e os produtores e comercializadores por poderem estabelecer esta relação direta com o consumidor

A aproximação entre produtores e consumidores é de fundamental importância. As grandes redes de supermercado e de distribuição dominam as cadeias produtivas, tiram a autonomia dos produtores e alienam os consumidores. Há várias estratégias em curso para superar esta distância, seja na consolidação de espaços e canais de comercialização solidários (pontos fixos, mercadinhos, circuitos locais e feiras), seja na organização do consumo coletivo (coletivos e redes de consumidores), seja na criação de empreendimentos solidários de comercialização que têm como base a transparência da composição do preço e a justiça nas relações. Durante o seminário sobre agroecologia, soberania alimentar e economia solidária, no Encontro de Diálogos e Convergências, todas estas alternativas foram apresentadas, da forma como acontecem nos quatro cantos do país. É incrível o acúmulo e o avanço que existem nesta área com resultados admiráveis. O seminário também teve, como um de seus principais resultados, o compromisso de construirmos de forma coletiva entre as várias redes e movimentos participantes uma campanha pelo consumo responsável, que seja uma ferramenta pedagógica para contribuir com a denúncia crítica do atual modelo e com a apresentação e visibilização das alternativas agroecológicas e da economia solidária para uma alimentação saudável e adequada. Esta campanha será um meio importante para estimular a aproximação entre consumidores e produtores da economia solidária e da agroecologia.

Já há formas de encontrar produtos da Economia Solidária e da Agroecologia, seja através do contato direto com as redes e movimentos na sua região, seja utilizando-se de ferramentas na internet tais como o Farejador da Economia Solidária (www.fbes.org.br/farejador) ou o Cirandas (www.cirandas.net).

IHU On-Line – Quais as vantagens disponíveis na agroecologia e na Economia Solidária?

Daniel Tygel - As vantagens podem ser percebidas em uma vasta gama de dimensões, dentre as quais destaco algumas:

Para o desenvolvimento: territorialização dos processos econômicos e produtivos, dinamizando economias locais, coordenadas e realizadas pelas próprias pessoas que habitam o território. Para o meio ambiente: são processos em que a finalidade maior não é o lucro, mas o bem-viver, e, portanto, a lógica de produção envolve diretamente o cuidado e a responsabilidade com o lugar onde vivemos, resgatando a diversidade dos agroecossistemas na perspectiva de trabalhar a biodiversidade original da relação entre o ser humano e a natureza. O simples fato, também, das pessoas que estão determinando a produção serem as mesmas que dependem totalmente daquele espaço para viver, traz outra lógica com relação ao meio ambiente local. Isso é diferente de empresas em que os donos vivem em jardins floridos em condomínios de grandes capitais, bem longe do estrago que suas empresas estão fazendo nos locais de produção.

Para a diversidade cultural, étnica, racial e autonomia das mulheres: a agroecologia e a economia solidária se baseiam em uma diversidade de lógicas de mercado e de produção (auto-produção, agroextrativismo tradicional, reciprocidade, gratuidade), na luta pela equidade de gênero, raça e etnia, na emancipação econômica das mulheres, entre outros aspectos que promovem a diversidade socioambiental e cultural. Para o consumidor: Na agroecologia e na Economia Solidária, o produtor produz o que ele mesmo consumiria em casa. Sendo a finalidade o bem-viver, a preocupação com a qualidade dos produtos e alimentos é de outra magnitude. Há uma relação e um compromisso de confiança entre produtores e consumidores que vai além de uma simples relação de mercado.

Para o trabalho e a renda: em empresas convencionais, o custo de mão-de-obra é uma variável que pode ser mexida, ou seja, quando uma empresa está com dificuldades, começa a demitir funcionários, mantendo os altos rendimentos do proprietário. Já na agroecologia e na economia solidária, como todos são associados do processo produtivo, a “demissão” está fora de questão. A forma da Economia Solidária e da Agroecologia lidarem com crises econômicas nunca passa pela exclusão de seus trabalhadores, mas por outras estratégias, como solidariedade comunitária, busca de ampliação do leque de produtos e serviços a oferecer, e articulação em rede nos territórios. Trata-se, portanto, de atividades econômicas enraizadas nos territórios e em que o ser humano e o bem estar coletivo estão no centro, e não o lucro e a acumulação de capital.

Para a cultura: A agroecologia e a economia solidária são um exercício cotidiano de aprendizado da cultura da cooperação, que vai em outro sentido que a da competição. Suas práticas promovem a ideia de que estamos no mesmo barco, já que nestas iniciativas é preciso aprender a viver processos democráticos nas tomadas de decisão.

Para a construção do conhecimento: a produção agroecológica e de economia solidária depende de um olhar investigativo, de um diálogo de saberes populares, tradicionais e acadêmicos, de processos participativos de trocas que, quando sistematizados e partilhados, geram novos conhecimentos e consolidam conhecimentos tradicionais. Nesta partilha de saberes, há uma adaptabilidade destes conhecimentos a cada contexto e conjuntura locais.

Para a democracia do país: um Estado Democrático pleno só existe se a população está organizada, fazendo o controle social das políticas públicas e propondo novas políticas através de sua criatividade e diversidade. As práticas de economia solidária e agroecologia são, por si mesmas, processos pedagógicos de exercício de democracia: normalmente, trabalhadores de empreendimentos solidários e de iniciativas agroecológicas, pela vivência em sua forma de produzir e comercializar, são mais ativos politicamente, participam mais de conselhos, sindicatos e debates políticos sobre o futuro da sociedade e da justiça social.

IHU On-Line – No que consiste, de fato, a economia solidária? Quem são os maiores beneficiários desta alternativa?

Daniel Tygel - Do ponto de vista econômico e da oferta de produtos e serviços, a Economia Solidária se expressa em iniciativas em que não há patrão nem empregados: todas as trabalhadoras e trabalhadores são ao mesmo tempo donas/os do empreendimento, ou seja, responsáveis pela tomada de decisão coletiva sobre os rumos de cada empreendimento. Isso é chamado de autogestão. A Economia Solidária é também um movimento social, pois seus atores se organizam e debatem politicamente o atual modelo de desenvolvimento e as alternativas necessárias, as políticas públicas e a articulação com outros movimentos sociais de transformação social. Ela se baseia em um desejo de transformação social, política, cultural e econômica através da radicalização da democracia no âmbito econômico. É também um jeito de estar no mundo e de olhá-lo, baseado nas perspectivas da cooperação, da diversidade, da autonomia e da afirmação dos vários saberes e lógicas econômicas, tanto individuais como coletivos.

A economia solidária se expressa através de iniciativas econômicas dos mais diversos tipos e setores de atividade. Grupos de produção urbana, catadores de material reciclável, artesãs e artesãos, coletivos de prestação de serviços, iniciativas comunitárias de finanças solidárias (bancos comunitários e fundos rotativos), empresas recuperadas pelos antigos operários e operárias, iniciativas agroextrativistas, agroecológicas, cooperativas solidárias... A lista não para. Pelas vantagens que citei na questão anterior, percebe-se a intencionalidade do movimento de economia solidária em se comprometer com o bem viver da sociedade como um todo. No aspecto produtivo, mais especificamente, com o bem viver das trabalhadoras e dos trabalhadores já organizados em empreendimentos ou que querem se organizar coletivamente. No aspecto do consumo e do desenvolvimento justo e sustentável, a Economia Solidária dirige-se ao cidadão comum, enquanto consumidor.

IHU On-Line – Quais são as alternativas para o atual modelo agroalimentar?

Daniel Tygel - Há um mito da eficiência e produtividade do sistema agroalimentar hegemônico que é simplesmente falso. A produção agrícola extensiva depende de insumos químicos, agrotóxicos, grandes máquinas e exige concentração de terras e monoculturas. Por isso, tem custos sociais, ambientais, de saúde e culturais enormes, que normalmente são velados e cobertos pelo Estado. Há uma infinidade de exemplos em que circuitos agroalimentares locais, sobre os quais os agricultores e a população local têm o controle, dão conta de garantir a alimentação saudável e adequada a quem vive no território. Estes circuitos são totalmente diferentes dos circuitos globais não territorializados que dependem de flutuações mercantis e dos interesses de acionistas ávidos por fazer render seus investimentos. Portanto, a construção de alternativas ao atual modelo agroalimentar passa pelo estabelecimento, organização e fortalecimento de redes e circuitos de produção, de comercialização e de consumo solidários, avançando na autonomia, nas relações de confiança, na proximidade e na transparência entre os produtores e os consumidores.

O fortalecimento destas alternativas passa também pela alteração das políticas públicas de fomento e assessoria técnica e dos instrumentos de financiamento e crédito. Além disso, devem ser superadas as inúmeras barreiras e bloqueios existentes ao acesso a políticas públicas pela produção artesanal, agroecológica e da economia solidária, em especial na inspeção e vigilância sanitárias e nas cargas tributária e fiscal. Além disso, o atual marco regulatório e de políticas públicas nestes campos é totalmente voltado a uma lógica de desenvolvimento, mercado e produção das grandes empresas, do latifúndio e do agronegócio, sendo, portanto, totalmente inadequadas para a consolidação de alternativas agroalimentares para a sociedade. Sem a alteração deste marco, não é possível a popularização e consolidação de outros modelos agroalimentares agroecológicos e com base na economia solidária.

IHU On-Line – Em que sentido programas como o de alimentação escolar (PNAE) e de aquisição de alimentos (PAA) contribuem para a agricultura familiar e camponesa?

Daniel Tygel - As iniciativas que formaram a base dos debates do seminário de soberania alimentar, agroecologia e economia solidária reafirmaram a importância do PAA e do PNAE como políticas públicas em que o Estado exercita seu papel de consumidor de forma responsável. Estes programas garantem o escoamento, a preços estáveis, de parte da produção da agricultura familiar e camponesa. Estes programas, entretanto, não são e nem devem ser a única ou a principal fonte de sustentação financeira destas iniciativas.

Eles, entretanto, ainda atingem a uma parcela muito pequena da produção da agricultura familiar, e não há uma meta bem definida da expansão dos mesmos, seja no valor global, seja na quantidade de agricultores familiares a se beneficiarem. Durante o seminário no Encontro, estes programas foram avaliados, e um aspecto importante foi a reação que tem ocorrido nos territórios por parte de grandes empresas ou de seus sindicatos patronais que normalmente dominam o mercado institucional e que passam a se sentir ameaçados com estes programas.

Têm ocorrido casos, especialmente no setor da agroindustrialização e do processamento, como, por exemplo, a produção de doces, compotas e polpas, em que estas empresas promovem uma guerra através de denúncias à vigilância sanitária e de propaganda negativa (em rádios e TVs locais) buscando destruir a imagem da agricultura familiar e camponesa, dos assentamentos e da produção coletiva e associada.

Percebe-se, nesta disputa, como os agentes de inspeção sanitária dão tratamento diferenciado: enquanto fazem vista grossa ao fiscalizar grandes empresas, dando pequenas notificações e alertas, agem, por outro lado, com severidade e rigor ao visitarem os pequenos estabelecimentos da agricultura familiar e camponesa, causando prejuízos ao fecharem imediatamente estes espaços.

IHU On-Line – Por que a agroecologia e a Economia Solidária ainda são alternativas pouco utilizadas no Brasil? O que falta para suas reais efetivações? Quais são os desafios para a implementação da economia solidária e da agroecologia no país?

Daniel Tygel - Não existe atividade econômica independente da estrutura, organização e apoio do Estado. O BNDES, por exemplo, desembolsou mais de 190 bilhões de reais em financiamento a empresas em 2010. A indústria automobilística se beneficiou de descontos impressionantes do IPI durante a crise de 2008 e agora na nova onda de crise em 2011 (estudos do IPEA deste ano comprovam que o poder público investiu mais no automóvel individual do que no transporte público nos últimos anos!). A liberação de sementes transgênicas beneficia diretamente um império restrito de gigantescas corporações multinacionais. A política de assessoria técnica privilegia uma lógica de produção agrícola baseada no agronegócio insustentável ambientalmente e as receitas sem diálogo com a realidade local. A impunidade a assassinatos de lideranças de movimentos sociais de luta pela terra estimula um sentimento de ameaça e de intimidação à organização popular. A liberação de Belo Monte e apoio financeiro público a esta obra, apesar de seus enormes impactos ambientais e duvidosos resultados econômicos e energéticos, desestimula a produção descentralizada e ambientalmente limpa de energia. A simplificação cada vez maior da organização em micro e pequena empresa e como empreendedor individual, ao mesmo tempo em que se dificulta a organização coletiva em cooperativas e feiras populares, implica no fortalecimento de uma lógica competitiva e individualista de produção, centrada no lucro, e fragilização de conquistas no âmbito das relações trabalhistas.

Poderia continuar esta lista por um longo tempo, para afirmar algo muito simples: o modelo hegemônico de produção agrícola e de desenvolvimento é completamente contrário à produção agroecológica e a uma Economia Solidária. Não é possível o convívio do agronegócio, dos transgênicos e dos agrotóxicos com a agroecologia. Não é possível o convívio de um modelo de desenvolvimento capitalista com as redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários. Portanto, é natural que estas práticas sejam ainda muito marginais e invisibilizadas. Estamos, portanto, falando de interesses antagônicos: a agroecologia e a economia solidária trazem em seu seio os germes de uma sociedade onde a cooperação e a vida estão acima da competição e do lucro. O agronegócio, as corporações e o mercado financeiro se orientam pelos interesses econômicos de algumas poucas e influentes famílias e grupos empresariais ou de acionistas.

Neste sentido, os desafios são muito grandes, no acesso a crédito, a conhecimento, a assessoria técnica, a mercado, na participação efetiva na elaboração e no monitoramento de políticas públicas, inclusive a política econômica. As políticas existentes, sejam elas de fomento ou de promoção do desenvolvimento, não são adaptadas às especificidades da agroecologia e da economia solidária, e não é por acaso. Cada iniciativa agroecológica, cada empreendimento de Economia Solidária, significa uma resistência revolucionária, um passo rumo a mudanças estruturais de nosso país e do mundo. O domínio, por parte destes mesmos grandes grupos econômicos, dos meios de comunicação e sua influência sobre o parlamento através das doações de campanha, produz um ambiente simbólico (propaganda, novelas, telejornais ideologicamente controlados, promoção da cultura da competição, do consumismo e do individualismo) e político (criminalização dos movimentos sociais, bloqueios ao acesso da agroecologia e economia solidária às políticas públicas) que é contrário à consolidação da economia solidária e da agroecologia. Haja vista este ambiente extremamente adverso, temos, ao contrário do que parece, uma quantidade enorme de empreendimentos, redes, e iniciativas agroecológicas bem sucedidas e que efetivamente trazem consequências positivas para os territórios em que estão, como se pôde observar nas exposições durante o seminário do Encontro. Imagine então se houvesse um ambiente favorável!

No âmbito interno aos movimentos sociais, há o grande desafio de lidar com a eterna tensão entre a necessidade de sobrevivência econômica e a luta política. Tanto a agroecologia quanto a economia solidária estão no campo produtivo e econômico, ao mesmo tempo em que são movimentos políticos com horizonte de transformação estrutural da sociedade.

IHU On-Line – É possível existir uma alimentação saudável tendo como base o agronegócio, o latifúndio e a produção baseada no mercado e no lucro?

Daniel Tygel - A resposta é curta e direta: não, de forma nenhuma. Já está mais do que comprovado, não só no Brasil como em todo o mundo, que o mercado e o foco no lucro não melhoram a qualidade de vida nem a saúde da vasta maioria da população, com exceção dos acionistas e ricos proprietários, que são menos de 1% da população mundial. A produção e comercialização em base agroecológica e da economia solidária já implicam naturalmente e de forma indissociada na promoção da alimentação saudável, da preservação ambiental, da saúde, do desenvolvimento territorial sustentável e da justiça social.

IHU On-Line – Como podemos definir a soberania alimentar?

Daniel Tygel - Vejo a soberania alimentar como sendo a garantia de alimentação saudável e adequada à população nos territórios, sem depender dos humores do mercado financeiro e dos royalties. Significa garantir que boa parte da produção agrícola seja voltada diretamente para a alimentação saudável e adequada, e não voltada simplesmente para as empresas de ração e outros produtos industrializados causadores de câncer, obesidade e outros problemas de saúde. Significa garantir o direito à biodiversidade, em especial às sementes crioulas, e a não dependência de agrotóxicos, insumos químicos e sementes industriais e transgênicas produzidas por algumas poucas mega-corporações agroalimentares. Significa garantir que os territórios sejam suficientemente autônomos na produção agrícola local e na independência de insumos externos. Significa a valorização dos saberes, tradição, cultura e culinária populares, da sazonalidade e do modo de ser de quem vive na região. Por isso, ao falarmos de soberania alimentar, estamos falando de autonomia, auto-determinação dos povos e qualidade de vida sobre todos os aspectos, inclusive do acesso à terra e à água. O sistema agroalimentar nas mãos das empresas e redes capitalistas de distribuição implica numa dependência econômica de um território a alguns poucos grupos, que certamente não têm interesse para além da maximização do lucro. E a maximização do lucro não implica, comprovadamente, em emancipação, qualidade de vida e alimentação saudável.

IHU On-Line – Desejas acrescentar algo?

Daniel Tygel - Gostaria de partilhar aqui os principais resultados do seminário Agroecologia, Economia Solidária e Soberania Alimentar e Nutricional durante o Encontro de Diálogos e Convergências, que foi bastante rico. Foram identificados mais nove campos de convergência, que devem se desdobrar em agendas e lutas comuns entre as redes e movimentos. São eles: a legislação e inspeção sanitárias e tributárias; as compras institucionais governamentais; os canais, redes e circuitos de produção e comercialização solidários; o consumo consciente, responsável e solidário; a certificação, em especial os sistemas participativos de garantia orgânico e do comércio justo e solidário; a construção do conhecimento em suas diferentes dimensões; as práticas e lógicas produtivas, de mercado e econômicas dos povos e comunidades tradicionais; o estudo e enfrentamento às grandes empresas agroalimentares e o controle social das políticas públicas relacionadas direta ou indiretamente à economia solidária, à agroecologia e à segurança e soberania alimentar e nutricional.

A partir destes temas centrais, o seminário propôs algumas ações concretas de convergência, dentre os quais eu destacaria os seguintes: priorizar questão da legislação e inspeção sanitárias: fazer um estudo dos principais bloqueios existentes ao acesso da agroecologia e da economia solidária a políticas públicas, e traçar estratégias e táticas comuns de ação para visibilizar e lutar contra estes bloqueios, além de fomentar a troca de experiências bem sucedidas e boas práticas em superá-los; formação comum: convidar sempre integrantes das demais redes nos processos de formação específicos a cada rede e movimento, e buscar construir alguns processos formativos políticos em conjunto; realizar uma incidência articulada em Conselhos e Conferências, a começar pela Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional em novembro; articular campanhas existentes e convergentes, como as da economia solidária, de agrotóxicos, de alimentação saudável, de reforma agrária, a da luta contra alteração do Código Florestal, entre outras, além de realizar conjuntamente uma Campanha Nacional pelo Consumo Consciente, Responsável e Solidário, com uso de metodologias e de comunicação populares.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Agrotóxicos são a segunda maior fonte de contaminação da água, segundo IBGE

7 de novembro de 2011

Por Leandro Carrasco
Da Página do MST (www.mst.org.br)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 19 de outubro, um estudo sobre o saneamento básico no país. Nele, um fato soa um tanto quanto curioso: constata que os resíduos de agrotóxicos são a segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do esgoto sanitário.

A análise apresenta ainda que, com 6,24%, os agrotóxicos ficaram a frente dos despejos industriais e da atividade mineradora como origens de contaminação. O uso indiscriminado dessas substâncias acaba afetando tanto a vida quanto a saúde da população.

A doutora Silvia Brandalise, presidente do Centro Boldrini, especializado em câncer infantil, localizado em Campinas e professora de Ciências Médicas da Unicamp, diz que por ser um composto derivado de benzeno, o agrotóxico é extremamente prejudicial à saúde, podendo disseminar o câncer. “O agrotóxico, a maior parte deles, tem como matéria-prima básica os derivados de benzeno. Os derivados de benzeno têm como ação importante, a quebra de cromátides, que são elementos que compõem o cromossoma. Uma exposição aos derivados de benzeno ou a radiação, você consegue fazer uma mutação. Sendo assim, o câncer e outras doenças, que são mutações sucessivas, vão acontecendo na célula cronicamente exposta a esses produtos.”

A utilização dos agrotóxicos em larga escala na agricultura chegou a tal ponto que é preciso parar com o despejo desses produtos, segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), Rosany Bochner. “A verdade é que chegamos a um limite. Não tem mais como falarmos apenas em diminuir ou usar outro tipo. É preciso acabar com o uso. Acreditamos que é necessário até mudar a maneira de como o Brasil lida com a produção de alimentos. Seria uma revolução maior”, afirma a coordenadora.

Outro grande problema apontado por Rosany é a questão dos alimentos geneticamente modificados, pelo fato de utilizarem “muito agrotóxico para o seu cultivo, em especial a soja. Com isso, toda a soja carrega uma quantidade enorme de produtos químicos na sua composição. Sem contar que os produtores que não utilizam os transgênicos, mas possuem agricultores vizinhos que os produzem, acabam por ter suas plantações também contaminadas”, explica.

Ainda segundo a coordenadora, o Brasil se habituou a utilizar a monocultura como forma predominante nas plantações, o que força os agricultores a aplicar os agrotóxicos.

“O que é proposto por especialistas de produção é a agroecologia. Entretanto, esse conceito iria mexer em uma questão cultural, já que hoje você tem todo mundo comendo a mesma coisa o tempo todo. Não há mais a produção de uma fruta, por exemplo, em determinada época do ano, e sim, a produção dela o ano inteiro, por conta da manipulação”, acrescenta Rosany.

Saúde

Chamados pela indústria de “defensivos agrícolas”, o uso de pesticidas ainda podem provocar danos na medula, a ponto de um transplante se fazer necessário. “O defensivo agrícola é um veneno para o homem, pois ele altera o cromossomo da célula. Uma das ações que ele faz no ser humano é diminuir a produção dos glóbulos brancos. Com a queda de glóbulos brancos, a imunidade cai. Isso provoca uma aplasia de medula, quer dizer, a medula óssea não produz mais os elementos do sangue. Nesse cenário, que é uma destruição global da medula óssea, só o transplante de medula pode resolver”, relata Brandalise.

Diversos estudos já comprovaram que foi detectada uma quantidade significativa de agrotóxicos em águas da chuva. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), existem teses que já provaram que essas toxinas foram encontradas no leite materno, o que prejudica na formação do bebê. Tanto para médicos, quanto para especialistas, a fiscalização das leis que regulamentam o uso dos agrotóxicos, e até a extinção deles, é essencial para que a saúde da população seja a prioridade na hora de se produzir um alimento.

Todavia, mesmo as legislações já vigentes que regulam a utilização desses produtos é pouco respeitada pelo setor. “Existe legislação que proíbe a pulverização com veneno uma árvore que já tem frutos, por exemplo. Mas na prática se vê aviões pulverizando pés de banana, de laranja, etc., já com o fruto na árvore. Ou seja, a quantidade de derivado de benzeno que vai ficar nessa fruta é enorme”, salienta a doutora.

Além do fato de existirem diversos “produtos que estão com a quantidade muito maior de agrotóxico do que seria permitida pela Vigilância Sanitária. Nisso, os consumidores ingerem uma hortaliça ou uma verdura com um altíssimo teor”, enfatiza.

Intimidação

No entanto, apesar de já existirem diversos estudos que relacionam a contaminação da água por venenos agrícolas, Rosany destaca a dificuldade que há em associar causa e efeito nessa questão.

“O Sinitox registrava apenas intoxicações agudas. Contudo, com a contaminação da água, pode-se levar uma população a desenvolver uma intoxicação que será crônica. O sistema de saúde não irá registrar essa intoxicação como causada pelos agrotóxicos, pois ao longo do tempo é que irão aparecer os problemas. Verificar esse nexo causal, provar que existe essa relação, é muito difícil”, explica.

“É nessa incerteza que as indústrias se beneficiam, porque quando se vai fazer qualquer tipo de denúncia, ela exige que tenha uma comprovação de nexo causal. Como ainda não se tem essa relação, essas empresas acabam entrando na justiça contra quem declarou qualquer coisa, intimidando as pessoas de fazerem qualquer tipo de declaração. E por essa pressão, as pessoas acabam não falando sobre o assunto”, conclui.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Licenciatura em Educação do Campo realiza acompanhamento no Tempo Comunidade

Ocorreu no último sábado (05.11) o 1º Acompanhamento das atividades do Tempo Comunidade da Turma de Licenciatura em Educação do Campo do IFPA - Campus Castanhal. A atividades foi realizada durante todo dia no próprio Campus. Os Prof. Romier Sousa e Edivaldo Moura debateram com os educandos sobre a perspectiva de realização de suas pesquisas-estudos sobre os movimentos sociais e a gestão escolar com o objetivos dos educandos construirem uma reflexão crítica sobre estes temas a partir da sua realidade vivenciada no cotidiano.
Este momento é dedicado a um debate coletivo sobre as dúvidas e questionamentos dos educandos quanto a realização da pesquisa. Participaram ainda das atividades a Prof. Marzane e Marcia Brito, coordenadoras do PROCAMPO no IFPA - Castanhal.
A Licenciatura em Educação do Campo chegará em seu 4º período de alternância pedagógica no próximo mês de janeiro de 2012. As atividades de tempo acadêmico estão previstas para iniciar na primeira semana do ano vindouro.
Na última etapa os educandos discutiram sobre os sistemas de produção e processos de trabalho no campo. A Coordenação de comunicação do IFPA, produziu um pequeno vídeo que retrata uma atividade na disciplina de Sistemas de produção familiar. Todos podem acompanhar e ver um pouco da dinâmica de formação da turma e os vários talentos existentes entre os educandos e educandas.

Educação do campo, direito nosso, dever do Estado!!!

O Menestrel

A Cia Teatral Argonautas e o Ponto de Cultura "Teatro e Comunidade: uma usina de força e luz" estarão apresentando, como encerramento de uma oficina de iniciação teatral com jovens do município de Castanhal, o espetáculo "O Menestrel".

A apresentação será realizada na Fundação Cultural de Castanhal - FUNCAST, no dia 18/11/11, às 19h30, com entrada franca.

PROCESSO SELETIVO 2012 DIVULGA NOVO CRONOGRAMA

A coordenação do Processo Seletivo 2012 do IFPA Campus Castanhal divulgou neste dia um novo cronograma. O edital, previsto anteriormente para ser divulgado no dia de hoje, agora só será divulgado no dia 11/11/11. As inscrições serão realizadas de 14/11 a 16/12/2011, exclusivamente pelo site do IFPA Campus Castanhal (www.castanhal.ifpa.edu.br), sendo que os pedidos de isenção da taxa (30,00) deverão ser feitos de 14 a 25/11/11. A data da prova foi remarcada para 29/01/12. Abaixo, a chamada divulgada hoje pela Comissão do Processo Seletivo:

1º PROCESSO SELETIVO TÉCNICO 2012 DO IFPA – CAMPUS CASTANHAL

O Instituto Federal do Pará – Campus Castanhal abre as inscrições para 290 vagas nos seguintes Cursos Técnicos:

- Técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio – manhã e tarde (120 vagas)
- Técnico em Agroindústria subsequentemanhã (35 vagas)
- Técnico em Florestas subsequente – manhã e tarde (35 vagas)
- Técnico em Meio Ambiente subsequente – tarde (40 vagas)
- Técnico em Rede de Computadores subsequente – tarde (30 vagas)
- Técnico em Rede de Computadores subsequente – noite (30 vagas)

Período de inscrição:  14/11 a 16/12/2011

As inscrições serão feitas exclusivamente através do site www.castanhal.ifpa.edu.br

Valor da taxa de inscrição: R$30,00

CALENDÁRIO DO 1º PROCESSO SELETIVO DO IFPA - CAMPUS CASTANHAL/2012

Publicação do EDITAL - 11/11/2011
Período para solicitação de isenção da taxa de inscrição - 14/11 a 25/11/2011
Período para entrega de documentos comprobatórios para isenção - 16/11 a 25/11/2011
Período da inscrição do Processo - 14/11 a 16/12/2011
Resultado da isenção do pagamento da taxa de inscrição - 07/12/2011
Prazo final para pagamento do Boleto Bancário - 19/12/2011
Publicação da confirmação de inscrição do candidato através do site: http://www.castanhal.ifpa.edu.br - Até 13/01/2012
Prova prevista - 29/01/2012
Publicação do Gabarito Preliminar da Prova Objetiva - 30/01/2012
Período para recurso do Gabarito da Prova Objetiva - 30/01 a 01/02/2012
Publicação do Gabarito Oficial da Prova Objetiva - 03/02/2012
Divulgação do Resultado final - Até 24/02/2012
Período para Efetivação da Matricula - 27/02 a 08/03/2012

Informações: (091) 3412-1612; e-mail: cpps.castanhal@ifpa.edu.br

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nos Caminhos do Rei Salomão: novo filme de Chico Carneiro


Depois de "Seu Didico, Paraense Velho Macho" e "Balsa Boeira", o cineasta castanhalense Chico Carneiro exibe o terceiro filme da pentalogia sobre os barcos na Amazônia Paraense. Se os dois primeiros filmes tratavam, respectivamente, do transporte de madeira e de gado, este terceiro aborda o transporte de pessoas. É o documentário "Nos Caminhos do Rei Salomão".

Com 64 minutos, o filme tem como fio condutor uma viagem de barco entre Belém e Anajás, no centro geográfico da Ilha de Marajó. A viagem, com 36 horas de duração, é feita pelo Barco “Rei Salomão” (daí o nome do filme), que transporta passageiros e carga, sendo o principal elo de ligação entre Anajás e a capital paraense.

O documentário mostra aspectos da preparação para a viagem, a atividade no porto, a atuação dos estivadores e vendedores, a viagem em si, entrevistas com passageiros e tripulação bem como com habitantes da cidade de Anajás, seus problemas e aspirações, e ainda aspectos da indústria do palmito, uma das bases da economia da cidade.
Um dos destaques do filme é a trilha sonora, de autoria de Cincinato Jr. e Allan Carvalho, interpretadas por eles e pela cantora paraense Lívia Rodrigues.
Os filmes "Seu Didico, Paraense Velho Macho" e "Balsa Boeira" já foram exibidos no IFPA Campus Castanhal em várias oportunidades, tanto em atividades de sala de aula, quanto em sessões do Cine IFPA, tendo gerando inclusive duas atividades de ensino integradas. A segunda delas, com o filme "Balsa Boeira", contou com a participação do cineasta, que após a exibição do filme participou de um debate com os estudantes. No novo filme ele assina novamente a produção, direção, fotografia e edição da obra.

"Nos Caminhos do Rei Salomão" será exibido no Cine Líbero Luxardo, no CENTUR (Belém) amanhã, dia 04 de novembro de 2011. Na sexta-feira seguinte, dia 11 de novembro, ele será exibido na Fundação Cultural de Castanhal - FUNCAST. Vale a pena conferir!

Entre a ArtE e O RitMo existe o movimento...ESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPA INSCREVE PARA CURSOS TÉCNICOS...

Escola de Teatro e Dança da UFPA inscreve para cursos técnicos
A partir do próximo dia 8, estarão abertas as inscrições ao processo seletivo para os cursos técnicos em artes cênicas da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA). Serão 120 vagas ofertadas, distribuídas entre quatro cursos: Técnico em Ator; Técnico em Cenografia; Técnico em Figurino e Técnico em Dança.
Para participar do processo seletivo, é necessário apresentar diploma de ensino médio ou equivalente ou apresentar comprovante escolar de que se encontra cursando, no mínimo, o segundo ano do ensino médio.
Inscrições - Para efetivar a inscrição, o candidato deverá acessar o site https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru/gru_simples.asp e preencher todas as informações solicitadas. Logo em seguida, deve imprimir a Guia de Recolhimento da União (GRU) e pagar a taxa de R$ 30,00 em qualquer agência do Banco do Brasil. Portando o comprovante de pagamento devidamente quitado, o candidato deverá se dirigir à Secretaria Acadêmica da ETDUFPA, localizada na rua D. Romualdo de Seixas, 820, no período de 8 de novembro a 21 de dezembro de 2011, para entregar o comprovante da taxa de inscrição paga e preencher o formulário de inscrição ao qual deverão ser anexados os seguinte documentos: fotocópia do pagamento efetuado; fotocópia legível de documento oficial de identificação e o comprovante de escolaridade.

Provas - Serão aplicadas provas escritas e práticas, entre os dias 9 e 13 de janeiro de 2012. Será eliminado o candidato que obtiver nota menor que quatro na prova escrita ou menos de 50% do total de pontos da prova prática.

Segundo a coordenadora de cursos técnicos da ETDUFPA, professora Iara Regina Souza, os cursos técnicos são importantes para muitos que já trabalham com arte, mas que precisavam de uma certificação. “Além das pessoas que vêm do ensino médio, existe uma outra parte da população que já trabalha com teatro e dança há bastante tempo e, até então, não possuía uma maneira de certificar seus conhecimentos por intermédio de uma escola qualificada como a da ETDUFPA”, ressalta a professora.

Serviço

Inscrições para os cursos Técnicos em Teatro e Dança da ETDUFPA.

Período: de 8 de novembro a 21 de dezembro

Inscrições: No site https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru/gru_simples.asp
e na Secretaria Acadêmica da ETDUFPA (Rua D. Romualdo de Seixas, 820).

Para acessar o edital na íntegra, clique aqui.