quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quando vai acabar a greve?

Essa é a pergunta que se fazem todos os dias centenas de estudantes do IFPA Campus Castanhal. Por enquanto, não há previsão. A 104ª PLENA do SINASEFE deliberou pela continuidade e radicalização da greve, frente à não sinalização de proposta para a categoria pela Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG.

Nem mesmo com a intervenção do Ministério Público, acionado por um estudante de uma IFE no Nordeste, foi possível encaminhar uma negociação. O impasse é cada vez maior e os mais prejudicados com essa história toda são os estudantes. Alguns já pediram transferência para outras escolas. Outros estão inquietos, temerosos com a possibilidade cada vez forte de que o IFPA Campus Castanhal não consiga concluir seu calendário letivo antes da matrícula nas universidades em 2012. O medo dos estudantes é de que passem no vestibular e não possam cursar devido à impossibilidade de apresentar certificado de conclusão do Ensino Médio. Sem contar que alguns não tem condições financeiras de pagar aulas de cursinho e contavam com as aulas ministradas no campus para se prepararem para a prova do ENEM e outros exames. Uma angústia e tanto, refletida na enquete promovida por este blog. Perguntados sobre sua posição a respeito da greve, das 42 pessoas que participaram 26 (61%) disseram não apoiar a greve e apenas 15 (35%) pessoas manifestaram apoio à greve. Uma pessoa afirmou não ter opinião formada a respeito.

Amanhã, dia 30 de setembro de 2011, os servidores do IFPA Campus Castanhal foram convidados para uma assembléia no auditório central do campus, onde serão dados informes e a greve será avaliada. Por enquanto, a deliberação é de continuidade da greve até, pelo menos, o próximo dia 05 de outubro, ocasião da 105ª PLENA do SINASEFE. Enquanto isso, os mais sacrificados nessa história são os estudantes.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A GREVE CONTINUA

Para quem esperava pelo fim da greve ontem, uma má notícia. Segundo informações do professor Roberto Dias, representante do Campus Castanhal no Comando de Greve do IFPA, a 103ª PLENA do Sinasefe, realizada ontem, decidiu pela continuidade da greve. Outra vez, não há previsão de retorno das aulas.

Haverá nova reunião do Comando Nacional de Greve com o MEC nos próximos dias. Contudo, o MEC já havia sentado com o Comando e feito propostas que sinalizavam para um possível atendimento de algumas pautas de reinvidicação, principalmente através da participação do Sinasefe em Grupos de Trabalho que iriam discutir mecanismos para viabilizar como se daria o atendimento dessas pautas. Ou seja, uma sinalização futura, sem nada de concreto no momento. Além do mais, o grande problema é a tensão entre a categoria e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que não tem aceitado negociar com os grevistas.

Não havia muitas conquistas a comemorar com a finalização da greve agora. Os professores receberam uma proposta irrisória de aumento (4%) só para 2012. E os servidores técnicos-administrativos não receberam proposta de aumento nenhum, e sabe Deus até quando.

Por outro lado, muitos estudantes, especialmente do 3º ano, tem demonstrado muita preocupação com o andamento da greve, em função de estarem se preparando para o ENEM e com grande expectativa de aprovação em alguma faculdade. Com a não previsão do retorno das aulas, temem que não consigam concluir seu curso em tempo hábil de se matricular nas universidades. É um quadro imprevisível por enquanto. Lamentavelmente, alguns estão entrando com pedido de transferência para outras escolas, e bem na reta final...

Resta acreditar que, com o crescimento da adesão de um número cada vez maior de campi em todo o Brasil a esta greve, cresça a pressão e o MPOG largue sua intransigência e aceite negociar com a categoria, com propostas mais justas e que contemple todos os servidores. Até lá, infelizmente, o prejuízo é de todo mundo.

Continuaremos postando informações por aqui.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Greve pode terminar dia 13 de setembro

A greve dos servidores da rede federal de educação básica, profissional e tecnológica pode terminar (temporariamente, pelo menos) na próxima terça-feira, dia 13 de setembro de 2011, ocasião em que ocorrerá a 103ª PLENA do SINASEFE, segundo boletim nº 16 do Comando Nacional de Greve.

O SINASEFE, após reunião realizada com o MEC no último dia 06 de setembro, obteve respostas para algumas de suas demandas, principalmente a partir da constituição de GT's (Grupos de Trabalho), com a participação deste sindicato, para discussão das pautas de reinvidicação. Com o MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão) o diálogo foi bem mais difícil, e o referido Ministério não aceitou sentar para negociar com as categorias em greve. Dessa forma, no que se refere a aumento salarial, parece improvável que os professores recebam mais do que já havia sido oferecido: 4%, e somente para 2012. Quanto aos técnicos-administrativos, a situação é ainda mais crítica: não há previsão de aumento nem para o próximo ano.

No referido boletim, o Comando Nacional de Greve aponta dois cenários possíveis para o movimento grevista, com consequencias que os servidores tem que avaliar.

O primeiro cenário seria pela radicalização da greve, tendo em vista que o aumento de 14,67% para os servidores não foi atendido, bem como várias outras reinvidicações por melhorias na educação, além da intransigência do Governo e do MPOG.

O segundo cenário seria suspensão da greve até março de 2012, quando a mesma seria reavaliada com base no atendimento dos compromissos assumidos pelo MEC com a categoria. Embora o MEC tenha respondido a algumas demandas dos servidores através da formação de GT's e encaminhamentos para concretização futura de algumas delas, o Comando Nacional de Greve analisa esse cenário (suspensão da greve) como uma estratégia de cobrar o cumprimento dos acordos e, por outro lado, não perder esses possíveis ganhos, pois o MEC deu prazo até 13 de setembro (ocasião da 103ª PLENA) para o SINASEFE responder se aceita ou não.

Segundo o SINASEFE, estamos no 40º dia de greve, sendo que o movimento já paralisou 228 campi pelo país, o que equivale a 70% de toda rede federal de ensino básico, técnico e tecnológico. Contudo, o  próprio sindicato reconhece que a intenção inicial de transformar a greve da categoria em uma Greve da Educação não aconteceu, assim como não aconteceu a unidade desta greve com a greve da FASUBRA. Em outras palavras, o movimento se fortaleceu, mas não do jeito que se idealizava. Nesse caso, pode ser mais sensato suspender a greve para aproveitar os benefícios que podem ser conquistados paulatinamente até março do ano que vem, e aí avaliar a continuidade da greve ou não. Pelo teor do boletim, estamos apostando que as aulas retornam ainda esse mês. Mas, só saberemos o que acontecerá mesmo no próximo dia 13.

Resta esperar pelas Assembléias de Base do SINASEFE que estão discutindo o rumo do movimento e, especialmente, pelo dia 13 de setembro para ver o que a 103ª PLENA irá deliberar. Novos rumos poderão ser tomados. É possível que a greve acabe. Pelo menos, por enquanto. Estamos de olho.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

E a greve continua...

Quase todos os dias recebo ligações de estudantes e pais preocupados com o retorno das aulas. Gostaria muito de poder dar uma notícia positiva de que o Governo sentou com a nossa categoria, dos servidores federais de educação, e atendeu pelo menos boa parte das reinvidicações. Mas, infelizmente não é o que está acontecendo.

Até agora, a única sinalização do Governo foi a oferta de irrisórios 4% para os professores, e apenas para 2012. E isso só para os professores. Para os técnicos-administrativos, nada! Aí é complicado negociar e o Comando Nacional de Greve está coberto de razão ao afirmar que ou o Governo se propõe a ser mais generoso com a categoria - e com toda a categoria! - ou nada feito. Aliás, o Comando Nacional da Greve já disse há bastante tempo que depende tão somente do Governo atender as reinvidicações da categoria que a greve acaba. Estamos esperando.

Um pouco de esperança para nós ocorre hoje: o Ministério da Educação deve se reunir com o CNG, ouvir as reinvidicações e apresentar propostas. Depois dessa reunião, haverá novos boletins sobre os rumos da greve, e nós informaremos aqui no blog também. E é claro que todos esperamos por fim a isso, desde que, é claro, que as reinvidicações da categoria por aumento salarial e por melhorias na educação sensibilizem este Governo. Vamos esperar.