segunda-feira, 16 de maio de 2011

É hora de falar sobre Bullying

Em continuidade ao trabalho de reflexão sobre bullying iniciado neste ano com a exibição do filme Bang! Bang! Você Morreu, a Equipe Técnico-Pedagógica do IFPA Campus Castanhal iniciou um trabalho de acompanhamento às turmas dos cursos de nível médio e subsequente do campus, como parte da preparação do Conselho de Classe que ocorrerá nos dias 26 e 27 desse mês. Quase todas as turmas já foram visitadas por membros da referida equipe.
Nessa visita, cada turma formou cinco grupos, cada um recebendo um envelope que contia a descrição de uma situação problema relacionada ao bullying. Os grupos tinham que ler e refletir sobre essas situações problemas e depois relatá-las à toda turma, expondo o que o grupo pensava a respeito. A reflexão sobre as situações envolvendo bullying continuavam com a leitura de um texto adaptado da psicopedagoga Jeane de Jesus Souza (fonte: http://www.pucrs.br/mj/bullying.php). 
Em seguida, os estudantes receberam um questionário onde puderam fazer uma avaliação do campus, desde o relacionamento na comunidade escolar, passando pela qualidade do atendimento prestado por setores de grande interesse dos discentes, pela infraestrutura institucional, até a avaliação de cada disciplina e docente (postura didática, metodologia, avaliação, frequência e pontualidade). Além, é claro, de uma enquete sobre bullying na escola, e de espaço para sugestões. Todos esses dados deveriam subsidiar as reflexões no Conselho de Classe e fornecerão importantes indicadores para direcionar as atividades pedagógicas do campus.

Abaixo, reprodução do texto refletido em sala de aula:


Bullying: quando a escola não é um paraíso

Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, agressões físicas e psicológicas, repressão. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro inferno.
         Há muitos casos de agressões e violências entre os alunos desde as séries iniciais até o ensino médio, demonstrando uma realidade assustadora que muitos desconhecem, ou não percebem, trazendo à tona a discussão sobre o fenômeno bullying, o grande vilão de toda essa história. Mas o que é? Quais suas conseqüências?



Significado do termo
          A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”, “tirano”. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras.
         Estudos indicam que as simples “brincadeirinhas de mau-gosto” de antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação muito séria. Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.
          Mesmo sendo um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto, pelo fato de as vítimas não terem coragem suficiente para uma possível denúncia. Isso contribui com o desconhecimento e a indiferença sobre o assunto por parte dos profissionais ligados à educação. Pode ser manifestado em qualquer lugar onde existam relações interpessoais.

Conseqüências marcantes
         As conseqüências afetam a todos, mas a vítima, principalmente a típica, é a mais prejudicada, pois poderá sofrer os efeitos do seu sofrimento silencioso por boa parte de sua vida. Desenvolve ou reforça atitude de insegurança e dificuldade relacional, tornando-se uma pessoa apática, retraída, indefesa aos ataques externos.
Muitas vezes, mesmo na vida adulta, é centro de gozações entre colegas de trabalho ou familiares. Apresenta um autoconceito de menos-valia e considera-se inútil, descartável. Pode desencadear um quadro de neuroses, como a fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, a depender da intensidade dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio.
Em relação ao agressor, reproduz em suas futuras relações, o modelo que sempre lhe trouxe “resultados”: o do mando-obediência pela força e agressão. É fechado à afetividade e tende à delinqüência e à criminalidade.
Isso, de certa maneira, afeta toda a sociedade. Seja como agressor, como vítima, ou até espectador, tais ações marcam, deixam cicatrizes imperceptíveis em curto prazo. Dependendo do nível e intensidade da experiência, causam frustrações e comportamentos desajustados gerando, até mesmo, atitudes sociopatas.

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