terça-feira, 31 de maio de 2011

Líderes contra o desmatamento assassinados no Pará

Reproduzimos abaixo a nota publicada por Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre o assassinato do casal José Cláudio e D. Maria no dia 24 de maio último, em Nova Ipixuna do Pará. Manifestamos nosso repúdio e juntamos nossos gritos de protesto contra a crueldade e opressão com que os povos do campo continuam sendo tratados por conta da defesa de seus direitos, corriqueiramente desrespeitados em função de interesses capitalistas, cujos representantes exploram a natureza e o ser humano com a finalidade do lucro a qualquer preço. Até quando vai durar esse coronelismo centenário em nossa Amazônia?

Nota pública do Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas (PPGAA/UFPA) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR/UFRGS)

“As árvores são nossas irmãs” (Zé Cláudio)

A área do Projeto Agroextrativista (PAE) Praia Alta Piranheira foi um maciço castanhal que só os moradores mais antigos conheceram. O castanhal foi explorado durante muito tempo por uma família de Marabá, que se dizia “dona”, e por centenas de famílias que coletavam livremente os produtos generosamente cedidos pela natureza. Além da castanha, eram e ainda são facilmente encontrados na floresta do PAE produtos como açaí, andiroba, cupuaçu, diferentes tipos de cipós, ervas medicinais e muitas espécies madeireiras de alto valor econômico.

Na década de 1990, um grupo de famílias apoiado por organizações não governamentais e governamentais deu início à solicitação de criação do PAE Praia Alta Piranheira. Entre essas famílias encontravam-se JOSÉ CLÁUDIO RIBEIRO DA SILVA (Zé Cláudio) e sua esposa MARIA DO ESPÍRITO SANTO SILVA (D. Maria). Zé Claudio e D. Maria eram os mais fervorosos defensores da criação do PAE por acreditarem na possibilidade de se estabelecer uma relação diferente com a natureza.

Finalmente criado em 1997, o PAE abrigava mais de 300 famílias de agricultores que se propunham a explorar a natureza de uma forma distinta da comumente adotada na região. Zé Claudio e D. Maria exercitaram essa nova proposta ao extremo: transformaram seu lote em um laboratório de experiências que demonstrava uma convivência mais harmoniosa entre homem e natureza e, mais que isso, acabaram se tornando sentinelas da preservação e transformando seu espaço de vida em uma zona de resistência ao desmatamento. Com quase 15 anos vivendo no mesmo lugar, o casal mantinha 80% do seu lote preservado.

Essa façanha era motivo de orgulho para Zé Claudio e D. Maria. Por essa peculiaridade, em uma região onde predomina o desmatamento, não demorou muito para que o lote de Zé Claudio e D. Maria chamasse atenção de pesquisadores, da mídia, além de servir de estímulo e exemplo para centenas de famílias de agricultores que intercambiavam conhecimentos com o casal.

Na busca de comprovações na linguagem acadêmica de que, além do valor cultural, a floresta em pé é mais valiosa economicamente que em toras, Zé Claudio e D. Maria se aliaram com os pesquisadores. A Universidade Federal do Pará (em especial as ações do Campus Universitário de Marabá e do Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural) apoiou e ampliou cooperações científicas (nacionais e internacionais) com a participação dessas lideranças, que muito contribuíram com ações concretas na busca de alternativas sustentáveis de combate ao desmatamento.

No início deste ano, Dona Maria defendeu sua monografia e obteve seu diploma de graduação no curso de Pedagogia do Campo, assim como vários assentados e lideranças que acessam com frequência os espaços da UFPA e de outras instituições de pesquisa.

O filho caçula do casal cursa atualmente o ensino médio no Instituto Federal do Pará/Campus Rural de Marabá (IFPA/CRMB), concebido especialmente para grupos sociais no campo. Esta família é um exemplo de busca e implementação de políticas públicas que realmente valorizem as demandas dos camponeses que habitam neste complexo espaço agrário marcado pela deficiente ação do Estado brasileiro.

Porém, a presença de espécies de alto valor comercial na área do PAE atraía outros interesses. Madeireiros e carvoeiros lançaram uma ofensiva forte sobre as famílias. Num contexto de dificuldades econômicas, muitas cederam ao conto do lucro fácil, o que facilitava a ação ilegal desses exploradores da floresta. Protegidos pela ineficiência do Estado em fazer cumprir a lei ambiental, esses agentes circulam livremente no PAE, consumindo a floresta numa velocidade estonteante. Até a castanheira, árvore protegida por lei, é derrubada sem piedade e sua madeira “maquiada” e colocada no mercado com outros nomes.

A preocupação de Zé Claudio e D. Maria com a preservação da cobertura vegetal extrapolava o seu próprio lote e se estendia a todo o PAE. Foi exatamente essa preocupação que os levou a denunciar a exploração ilegal de madeira dentro do PAE. Órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Policia Federal receberam inúmeras denúncias formuladas pelo casal. Sem nenhuma resposta efetiva por parte desses órgãos, assumiram a responsabilidade como cidadãos e assentados e passaram a tomar iniciativas de ação direta, interditando estradas, parando caminhões carregados com toras de madeira, anotando as placas, sem medir esforços em defesa das árvores.

Essa atitude corajosa do casal, motivada por um sentimento nobre e de coerência com seus princípios, despertou a ira dos madeireiros, carvoeiros e alguns fazendeiros com interesse nas áreas do PAE. Zé Claudio e D. Maria passaram a sofrer ameaças por defenderem a floresta em pé. Na verdade, eles tentavam fazer o que de direito seria dever do Estado: proibir a exploração ilegal de madeira conforme reza a lei. Sem o apoio do Estado, Zé Claudio e D. Maria defendiam a floresta com a própria vida e tinham consciência do que faziam. Em 2010, em um evento na cidade de Manaus, Zé Claudio disse: “Eu defendo a floresta e seus habitantes em pé, mas devido a esse meu trabalho sou ameaçado de morte pelos empresários da madeira, que não querem ver a floresta em pé”.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) já havia denunciado as ameaças sofridas pelo casal. Zé Claudio e D. Maria faziam parte da lista de 29 pessoas marcadas para morrer no Pará, divulgada pela CPT em 2010. Que sociedade é essa? Uma sociedade na qual as mortes são anunciadas com bastante antecedência e as autoridades não tomam providências! Uma sociedade onde os valores se inverteram. Quem defende a vida, paga com a morte! Quem se preocupa com o bem comum é eliminado para desobstruir o caminho do lucro fácil!

No dia 24 de maio de 2011, em uma tocaia armada por “pistoleiros”, escondidos em uma estrada que Zé Claudio e D. Maria usavam no trajeto entre seu lote e a cidade de Nova Ipixuna, foram desferidos os disparos mortais contra o casal. Não satisfeitos com a crueldade praticada, ainda deceparam a orelha de Zé Claudio, provavelmente para servir de prova da encomenda realizada. Essa infâmia, muito comum no período do coronelismo no nordeste brasileiro, é agora reeditada na Amazônia. Dias antes, a casa do Zé Claudio e D. Maria havia sido rondada por pistoleiros e alguns de seus animais domésticos foram alvejados. No dia do assassinato, Zé Claudio e D. Maria estavam saindo de sua casa para procurar segurança na cidade, dado que, aparentemente, o Estado era incapaz de fornecer segurança. Infelizmente, não tiveram tempo de chegar a um lugar seguro.

E, desta forma, o Ano Internacional da Floresta segue marcado por injustiças, impunidades, descasos com as pessoas, suas escolhas e seus direitos. Exigimos que o governo brasileiro não deixe que Zé Cláudio e D. Maria sejam apenas mártires, como tantos outros produzidos na Amazônia, e muitos menos que sejam uma mera estatística criminal. Para se ter a Democracia, certamente precisamos de códigos e leis. E, certamente, o debate democrático acerca dos mesmos é necessário. No entanto, sabemos que não existe Democracia quando o direito de matar aqueles que contestam o poder dominante é assegurado pela complacência à violação do direito fundamental à vida. A Amazônia e os “povos da floresta” não necessitam de mais mártires, mas de pessoas vivas, comprometidas e éticas, que os mantenham. Eles não necessitam de mais violência. Eles têm o direito – constitucional – a dignidade, liberdade de expressão, autonomia e exercício da cidadania.

Em qualquer lugar, e no Brasil que se diz uma Democracia, não é admissível que pessoas possam ser assassinadas pela divergência ao poder corrente e pelo exercício de seus direitos. Não é possível haver “dois Estados” e “duas leis” em um só país, afinal, uma lei que vale apenas para alguns, não é lei.

Os assassinatos de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva não são ocorrências individuais, são um problema nosso, de toda a sociedade brasileira. Precisamos reagir.

Reagimos porque acreditamos que podemos contribuir, interrogando sobre os conceitos que fundam a interpretação dos conflitos na Amazônia e permeiam as políticas públicas brasileiras de desenvolvimento.

Reagimos porque não é possível admitir a violência como instrumento de regulação social. Reafirmamos aqui nosso compromisso de lutar com as nossas armas: documentando, refletindo e oferecendo à sociedade interpretações sobre esse fenômeno sociopolítico que acompanha o “desenvolvimento sustentável” na Amazônia: a morte anunciada dos defensores da floresta.

“Matar árvores é assassinato” (Zé Claudio)

Casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, que foram assassinados em Nova Ipixuna, Pará (Divulgação/Arquivo CNS)

Conselho de Residência Estudantil

Dia 26 de maio também foi a data da II Assembléia da Residência Estudantil neste ano de 2011. Com a presença dos diretores Edinaldo Feitosa (Diretor Geral) e Fernando Favacho (DDE), da chefe de gabinete, Cristina Quadros, e do Coordenador Geral de Assistência ao Educando, Edivaldo Moura, os residentes e as residentes puderam discutir e aprovar a proposta de criação do Conselho de Residência Estudantil, que agora será encaminhada formalmente ao Diretor Geral do campus para que possa ser dado os encaminhamentos necessários para a legalização do Conselho.

O Conselho da Residência Estudantil, de acordo com a proposta aprovada em assembléia, será composta com representação paritária de servidores e alunos, num total de 12 integrantes, e tem por objetivo democratizar e aperfeiçoar o processo deliberativo de atividades que digam respeito à residência: decisões, sanções, planejamento, execução e avaliação. Ou seja, objetiva estimular a co-gestão na administração do espaço da residência estudantil.

Será presidido pelo Diretor Geral do campus, com reuniões ordinárias mensais. Além do DIGER, farão parte do Conselho o Coordenador Geral de Assistência ao Educando, o Coordenador de Acompanhamento ao Educando, o   Coordenador de Residência Estudantil, um docente, um representante da Equipe Técnico-Pedagógica, um representante dos pais, um representante do Grêmio Estudantil, um representante do Centro Acadêmico, uma monitora da residência feminina (bolsista); um monitor da residência masculina (bolsista), um representante da residência masculina e uma representante da residência feminina.

Após a aprovação final dos residentes, contentes com a elaboração do documento, este foi aclamado com uma salva de palmas, e segue para a Direção Geral, de onde deverá ser homologado.

BULLYING 2

Depois do trabalho de acompanhamento pedagógico às turmas de nosso campus, foi a vez da atividade ser repetida, mas com os professores . A temática, a mesma: o bullying.


Membros da Equipe Técnico-Pedagógica e todos os professores dos níveis médio e subsequente foram convocados para esse acompanhamento no dia 26 de maio último, na sala D do prédio de aulas. A metodologia foi basicamente a mesma utilizada com os estudantes: divisão em grupos, leitura e reflexão de relatos sobre bullying na escola, exposição dos relatos em plenária, leitura de um texto e debate no grupão. A atividade iniciou de forma muito interessante, com relatos interessantes sobre essa temática, inclusive com casos vivenciados pelos participantes. Ficou claro pelas falas de todos a seguinte constatação: o bullying existe em nosso campus e, embora a situação já tenha melhorado ao longo dos últimos anos, continua preocupante, sendo importante que toda a comunidade escolar colabore para que o mesmo seja superado.

Poderia ter sido mais produtiva, não fosse o foco em algumas situações pessoais e em outros assuntos não exatamente correlacionados ao tema, o que gerou uma quebra na atividade e acabou "quebrando o clima", impedindo uma discussão ainda mais rica, com discussão de alternativas para o problema e do que poderia ser feito por tantos ótimos profissionais que ali estavam. Pena. E sinal de que a temática precisava ser tratada de maneira mais séria por alguns professores.

A discussão sobre bullying terá continuidade neste e no próximo semestre. Como parte desse debate, deverá haver um debate sobre a temática no próximo dia 15 de junho, envolvendo toda a comunidade escolar, inclusive os pais, e a participação de órgãos competentes.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Orkut de volta


Finalmente, o orkut foi desbloqueado em nosso Instituto (mais uma vez, com a intervenção da Assessoria de Comunicação do campus). E, de quebra, depois do blog, foi a vez do nosso perfil oficial no orkut ganhar um link no site do IFPA Campus Castanhal. Mais do que justo para uma ferramenta que se comunica instantaneamente com mais de 400 agricolinos (servidores, estudantes e egressos) e compartilha mais de 2.100 fotos em cerca de 40 álbuns, divulgando eventos escolares, tirando dúvidas e informando nossos membros sobre o que rola no campus. E os números só não são maiores por causa dos bloqueios. 


Prova da importância de nosso perfil é que o mesmo, com menos de um ano de criação, já se tornou fonte de pesquisa de dissertação de mestrado. Imagina daqui a uns anos, para quem quiser pesquisar sobre o Instituto. Muitas fotos e notícias poderão ser encontradas no orkut do campus e em nosso blog, e nós ficaremos muito feliz em ajudar, contribuindo para preservar e valorizar nossa memória.

Esperamos poder trabalhar sem bloqueios daqui para frente. 

Estamos de volta. Já não era tempo. Acesse o orkut, nos envie um convite e confira as novas fotos:

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=11756825487519264360

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Novas parcerias

O IFPA Campus Castanhal e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS de Castanhal vem ensaiando um "namoro", uma parceria que pode render ótimos frutos para ambas as partes.

A intenção nasceu a partir de um diálogo de uma equipe da Coordenação Geral de Assistência ao Educando de nosso campus e uma equipe do CREAS de Castanhal, que buscava instituições parceiras que aceitassem receber adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, a saber, prestação de serviços à comunidade. Considerando o papel social do Instituto e a possibilidade de atuar em parceria com órgãos importantes na área da infância e da adolescência, como o CREAS, foi agendada uma reunião ampliada onde Tecnep e a Coordenação de Extensão do campus também abraçaram a proposta.

Hoje foi apresentada uma proposta de minuta de convênio à equipe do CREAS, que após algumas poucas modificações, se manifestou satisfeita com a minuta. Esta será agora apreciada pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Tão logo a mesma se manifeste, as equipes do campus e do CREAS voltarão a se reunir para elaborar um plano de ação e colocar a mão na massa.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Coração Verde ganha link no site do campus

O blog foi presenteado essa semana, ao completar seu primeiro ano de existência: ganhou um link na página do IFPA Campus Castanhal.

O link, localizado na parte superior direita da página, bem acima da "galeria de fotos", está representado pela logo laranja do blogger, e foi gentilmente colocado na página através de solicitação da Assessoria de Comunicação de nosso campus, na pessoa de nossa jornalista Guaciara Freitas.

Agora, as pessoas terão uma nova opção de acessar o blog e curtir mais informações do que anda acontecendo em nossa comunidade escolar. Estamos crescendo!

PROEJA 3ª D socializando conhecimentos

Esta manhã, na sala A do prédio de aulas, a turma 3ª D, do PROEJA, socializou através de um painel integrado, os resultados das pesquisas realizadas no 12º tempo comunidade. Essas pesquisas visavam construir um diagnóstico dos Sistemas Agroflorestais (SAF's) das comunidades dos educandos, pertencentes aos municípios de Concórdia do Pará, Ipixuna, Igarapé-Miri e Moju. Outros levantamentos feitos pelos estudantes e apresentados junto com croquis dos lotes de suas famílias foram o histórico das áreas, a identificação e a classificação dos SAF's de cada lote, a identificação e finalidade das culturas existentes (tanto as destinadas à subsistência quanto à comercialização), as práticas de manejo, a conquista do território (titulação), a relação homem / natureza e as vantagens e desvantagens obtidas por meio dessa relação. Também se enfocou os aspectos lúdicos presentes na comunidade. Vários professores e estudantes puderam prestigiar a atividade e ter ótimas aulas com os estudantes do Proeja.




Conselho de Classe

A Equipe Técnico-Pedagógica se reuniu hoje, pela manhã, para planejar o Conselho de Classe desse semestre, cujos preparativos já haviam sido iniciados através do trabalho de acompanhamento pedagógico às turmas, onde se iniciou um trabalho de diagnóstico dos problemas que vinham dificultando o processo de ensino e aprendizagem, com enfoque na temática bullying. O desafio agora, que quase todas as turmas já passaram por esse acompanhamento, é realizar o mesmo trabalho com os professores, inclusive com a aplicação de um questionário que, a exemplo do que fora feito com os estudantes, deve trazer importantes indicadores para o planejamento pedagógico do campus. Esse acompanhamento junto aos professores deve ser realizado  em grupos e está sendo chamado de Pré-Conselho.

A equipe discutiu sobre a importância de, ao concluir o trabalho de reflexão e acompanhamento junto aos professores, analisar os dados fornecidos por estes e pelos estudantes acerca dos problemas enfrentados e promover uma ação de culminância desse trabalho, envolvendo toda a comunidade escolar, incluindo-se aí os pais e responsáveis e entidades como Conselho Tutelar, Centro de Referência Especializado em Assistência Social - CREAS, Juizado da Infância e da Juventude, dentre outros possíveis. A idéia é sensibilizar a comunidade escolar acerca do bullying e discutir melhorias para o processo de ensino e aprendizagem. Nessa nova proposta, o Conselho de Classe englobaria todo esse processo de discussão com os estudantes, professores, análise dos resultados da pesquisa, socialização com a comunidade escolar até a culminância da atividade. Pretende-se, portanto, dar um bem mais sensibilizador, abrangente e reflexivo ao Conselho de Classe.

O pré-conselho com os professores acontecerá no próximo dia 26 de maio (quinta-feira), às 14 horas, no prédio de aulas (salas a ser definidas pela CGE). Os dados dos questionários aplicados junto aos estudantes e professores deverão ser analisados pela Equipe Técnico-Pedagógica no dia 03 de junho. A culminância do Conselho de Classe, com evento reunindo a comunidade escolar para discussão sobre bullying, está prevista para o dia 15 de junho de 2011.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Educação do Campo em pauta

Representantes do IFPA Campus Castanhal e da UFPA Campus Castanhal se reuniram ontem na sala de reuniões do prédio do ensino superior, com a participação do professor Dr. da UFPA Salomão Hage, para discutir acerca da elaboração de um diagnóstico da Educação do Campo no Nordeste Paraense.

Uma das discussões mais importantes foi sobre como manter a identidade dos cursos ofertados pelo IFPA Campus Castanhal, de forma com que eles estejam em conexão com a conjuntura da Educação do Campo no Nordeste Paraense. Salomão Hage destacou a importância das ações desenvolvidas por nosso campus na Educação do Campo, enfatizando a necessidade de realização de um mapeamento das ações da Educação do Campo em nossa mesorregião, destacando os sujeitos, instituições, movimentos sociais e programas envolvidos.  Foi consensual entre os participantes ser imprescindível o conhecimento do território no qual atuamos e a ampliação do número de pessoas e instituições envolvidas nesse debate.

Como diretrizes norteadoras para a elaboração do referido diagnóstico, destacou-se a necessidade de mapear as ações da Educação do Campo no Nordeste Paraense a partir do que o IFPA Campus Castanhal tem produzido através de programas como o Saberes da Terra, Pró-campo, Pronera e PROEJA. E também a cartografia das associações e movimentos sociais do campo nessa mesorregião.

Também teve destaque a proposta de criação de um Comitê do Fórum de Educação do Campo no Nordeste Paraense, encabeçado por IFPA e UFPA, tendo sido indicados os seguintes representantes dessas instituições: Carlos Renilton e Marcelo Russo (UFPA) e Cícero Paulo e Fernando Favacho (IFPA).

Foram dados diversos informes sobre ações que vinham sendo realizadas, dentre eles falou-se sobre a demanda de criação de cursos de especialização em Educação através do PARFOR; da formação de avaliadores para esses cursos; sobre necessidade de indicação de um representante do IFPA para trabalhar no Portal da Educação do Campo (provavelmente Marquinhos, do Saberes da Terra); da criação de uma revista eletrônica a ser lançada no dia 16 de junho no Portal, a qual receberá fotos, vídeos, poesias, textos, relatos e etc, relacionados a atividades da Educação do Campo em nossa região; sobre a aprovação de um edital de mestrado e doutorado sobre Educação do Campo específico para o IFPA; e do Fórum Nacional de Educação do Campo que ocorrerá na Paraíba de 01 a 03 de junho de 2011, dentre outros assuntos.

Planeja-se ampliar a participação de pessoas do IFPA e da UFPA nesse debate. É provável que o próximo encontro para dar continuidade a essas discussões ocorra na UFPA Campus Castanhal.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um ano de Coração Verde

Nosso blog está no berço! Hoje completa seu primeiro aniversário. Com esta, são 98 postagens no período, tendo alcançado até agora 5.890 visualizações de página (média de 16 visualizações por dia). Nada mal se considerarmos que estivemos pelo menos uns quatro meses praticamente sem postar notícias devido a um filtro que bloqueou o acesso de nosso blog no IFPA, o que felizmente foi resolvido (com exceção do orkut oficial do IFPA, que continua bloqueado). Contudo, embora os números até pudessem ser maiores, o mais importante consideramos ter sido alcançado: "A vontade de fazer circular informação, tal como o coração faz circular o sangue pelo corpo", motivação esta que expomos em nossa primeira post, no dia 18 de maio de 2010.


De lá pra cá, pudemos divulgar eventos e projetos do nosso campus, falar sobre conquistas importantes como a meia passagem intermunicipal, contribuir para a memória do Instituto com notícias e muitas fotos, além de vídeos. Algumas posts fizeram muito sucesso, como a que fizemos homenageando agricolinos e agricolinos (atuais e egressos) que passaram no último vestibular (alô, papai, alô, mamãe, sou calouro/a universitário 2011), que teve nada menos que 644 visualizações e 32 comentários.


Esperamos poder continuar contribuindo na comunicação entre a comunidade escolar agricolina, e fazer o Coração Verde um blog cada vez maior. Quem sabe com mais seguidores (temos 27) e novos colaboradores.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Caminhada Pedagógica

A nova turma do PROEJA (1ª D 2011) fez hoje pela manhã uma caminhada pedagógica pelos experimentos situados na fazenda-escola. Com orientação do professor Fernando Favacho, os estudantes, munidos de seus diários de campo, iniciaram a atividade conhecendo o SAF (Sistema agro-florestal) de cupuaçu, e posteriormente conheceram o projeto de compostagem orgânica, a minhocultura, a suinocultura, a bovinocultura, o projeto de integração lavoura / pecuária (apresentado no II Dia de Campo do Milho), o experimentado com caprinos organizado pela professora Célia Guimarães e a caprinocultura.

Os participantes puderam tirar muitas dúvidas, havendo grande troca de experiências e reflexões sobre os modelos de produção empresarial e da agricultura familiar, debate que os estudantes farão no decorrer de todo o curso.

Os estudantes deverão produzir relatórios sobre a atividade, para socialização em sala de aula com os outros professores, que lamentavelmente não puderam participar da atividade. Acompanharam a caminhada a jornalista Guaciara Freitas, o técnico em assuntos educacionais Edivaldo Moura e Marquinhos, do Programa Saberes da Terra.

Abaixo, algumas fotos:








segunda-feira, 16 de maio de 2011

Recepção à nova turma do PROEJA

Calouros recém-chegados.
Olhos vendados.
Fila indiana conduzida por veteranos do 3º ano.
Os calouros sentam-se, ainda vedados, nas primeiras filas do auditório.
Música.
Em cima do palco, pessoas sem camisa, também vendadas e deitadas no chão.
Por trás de um pano, várias mãos aparecem.
Veteranos chegam com bandeiras.
Não, isso não é um trote. É uma mística. A música, o hino da educação do campo. As bandeiras são de luta dos camponeses. As pessoas no palco, estudantes artistas. As vendas, um símbolo e o desejo de surpreender. Os calouros recém-chegados, os homenageados pelos veteranos em reta final de curso. É uma recepção calorosa dos que estão há mais tempo na casa aos vencedores (no dizer dos próprios veteranos) que acabam de ingressar no campus. A exemplo do trote organizado pelas turmas de Agronomia e Aquicultura em março, a recepção à nova turma do PROEJA 1ª D articulado pela Diretoria de Ensino, Equipe Técnico-Pedagógica e estudantes do PROEJA 3ª D ilustram uma nova perspectiva de recepção de calouros, quebrando o paradigma da arcaica tradição de humilhação e baixaria que marcaram durante muito tempo o relacionamento veteranos/calouros.




Após receberem um café da manhã, participarem de uma dinâmica com a professora Shirley do Nascimento assistirem à mística organizada pelos estudantes da 3ª D, o professor Fernando Favacho (novo Diretor de Ensino a partir deste mês) deu as boas-vindas e pediu que os estudantes da 1ª D dissessem seus nomes e lessem as palavras que encontraram em suas poltronas, todas associadas à educação do campo.

O Diretor Geral do IFPA Campus Castanhal proferiu um discurso de boas-vindas e, em seguida, a professora Camila, da coordenação do curso do PROEJA, apresentou a proposta do curso.


Foi realizada a exibição do curta "Vida Maria", de Márcio Ramos, seguido de reflexões feitas pelos estudantes das duas turmas de PROEJA, com complementação do professor Fernando Favacho.

Edivaldo Moura, Coordenador Geral de Assistência ao Educando, deu orientações gerais em relação à residência estudantil, na qual todos os novos estudantes estavam ingressando, e sobre alimentação. Encerrada a programação, os estudantes posaram para uma foto inicial e foram conduzidos ao refeitório. À tarde, seria dado prosseguimento a outras atividades pedagógicas, dentre as quais uma caminhada pelos experimentos do campus.

Seja muito bem vinda, turma PROEJA 1ª D 2011!

Resultado parcial da Eleição da CPA

Foram realizadas nesta última quinta-feira, dia 12 de maio, as eleições para os representantes dos docentes e dos técnico-administrativos na Comissão Própria de Avaliação - CPA do IFPA Campus Castanhal. A apuração foi aberta ao público, sendo escolhidos os três mais votados de cada categoria, sendo dois titulares e um suplente. Dentre os professores, os mais votados foram Álvaro Ayres (20 votos), Ângelo Carvalho (16 votos) e Maria Regina (13 votos); e dentre os servidores técnico-administrativos de nível superior foram Lígia Denyse (26 votos), Jefferson Gonçalves (18 votos) e Suzi Helena (16 votos).
Na segunda e na terça-feira, dias 16 e 17 de maio, deverão ser realizadas as eleições para representantes dos discentes das turmas de Agronomia e Aquicultura, respectivamente. Falta também realizar a escolha do representante da sociedade civil.

Confira os resultados:

PROFESSORES:

ÁLVARO REMÍGIO AYRES (20 votos, titular)
ANGELO RODRIGUES DE CARVALHO (16 votos, titular)
MARIA REGINA SARKIS P. JOELE (13 votos, suplente)
EDUARDO CARVALHO DE MORAES (12 votos)
LUIS ADRIANO SANTOS DO NASCIMENTO (10 votos)
REGINALDO PINHEIRO DA SILVA (10 votos)
EVERALDO RAIOL DA SILVA (9 votos)

TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS:

LÍGIA DENYSE ASSUNÇÃO DA SILVA (26 votos, titular)
JEFFERSON DIAS GONÇALVES (18 votos, titular)
SUZI HELENA SOARES DOS SANTOS (16 votos, suplente)
MARIA GILSARA RODRIGUES DIAS (8 votos)
ELIANI DE SOUZA NEVES (8 votos)
PATRICK ANDERSON NASCIMENTO PIANE (5 votos)

É hora de falar sobre Bullying

Em continuidade ao trabalho de reflexão sobre bullying iniciado neste ano com a exibição do filme Bang! Bang! Você Morreu, a Equipe Técnico-Pedagógica do IFPA Campus Castanhal iniciou um trabalho de acompanhamento às turmas dos cursos de nível médio e subsequente do campus, como parte da preparação do Conselho de Classe que ocorrerá nos dias 26 e 27 desse mês. Quase todas as turmas já foram visitadas por membros da referida equipe.
Nessa visita, cada turma formou cinco grupos, cada um recebendo um envelope que contia a descrição de uma situação problema relacionada ao bullying. Os grupos tinham que ler e refletir sobre essas situações problemas e depois relatá-las à toda turma, expondo o que o grupo pensava a respeito. A reflexão sobre as situações envolvendo bullying continuavam com a leitura de um texto adaptado da psicopedagoga Jeane de Jesus Souza (fonte: http://www.pucrs.br/mj/bullying.php). 
Em seguida, os estudantes receberam um questionário onde puderam fazer uma avaliação do campus, desde o relacionamento na comunidade escolar, passando pela qualidade do atendimento prestado por setores de grande interesse dos discentes, pela infraestrutura institucional, até a avaliação de cada disciplina e docente (postura didática, metodologia, avaliação, frequência e pontualidade). Além, é claro, de uma enquete sobre bullying na escola, e de espaço para sugestões. Todos esses dados deveriam subsidiar as reflexões no Conselho de Classe e fornecerão importantes indicadores para direcionar as atividades pedagógicas do campus.

Abaixo, reprodução do texto refletido em sala de aula:


Bullying: quando a escola não é um paraíso

Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, agressões físicas e psicológicas, repressão. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro inferno.
         Há muitos casos de agressões e violências entre os alunos desde as séries iniciais até o ensino médio, demonstrando uma realidade assustadora que muitos desconhecem, ou não percebem, trazendo à tona a discussão sobre o fenômeno bullying, o grande vilão de toda essa história. Mas o que é? Quais suas conseqüências?



Significado do termo
          A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”, “tirano”. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras.
         Estudos indicam que as simples “brincadeirinhas de mau-gosto” de antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação muito séria. Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.
          Mesmo sendo um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto, pelo fato de as vítimas não terem coragem suficiente para uma possível denúncia. Isso contribui com o desconhecimento e a indiferença sobre o assunto por parte dos profissionais ligados à educação. Pode ser manifestado em qualquer lugar onde existam relações interpessoais.

Conseqüências marcantes
         As conseqüências afetam a todos, mas a vítima, principalmente a típica, é a mais prejudicada, pois poderá sofrer os efeitos do seu sofrimento silencioso por boa parte de sua vida. Desenvolve ou reforça atitude de insegurança e dificuldade relacional, tornando-se uma pessoa apática, retraída, indefesa aos ataques externos.
Muitas vezes, mesmo na vida adulta, é centro de gozações entre colegas de trabalho ou familiares. Apresenta um autoconceito de menos-valia e considera-se inútil, descartável. Pode desencadear um quadro de neuroses, como a fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, a depender da intensidade dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio.
Em relação ao agressor, reproduz em suas futuras relações, o modelo que sempre lhe trouxe “resultados”: o do mando-obediência pela força e agressão. É fechado à afetividade e tende à delinqüência e à criminalidade.
Isso, de certa maneira, afeta toda a sociedade. Seja como agressor, como vítima, ou até espectador, tais ações marcam, deixam cicatrizes imperceptíveis em curto prazo. Dependendo do nível e intensidade da experiência, causam frustrações e comportamentos desajustados gerando, até mesmo, atitudes sociopatas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Na rua, na chuva, na fazenda

Foi assim o II Dia de Campo do Milho, realizado no dia de hoje, na fazenda escola do IFPA Campus Castanhal. Ruas (ou melhor, dizendo, ramais) tomadas pela lama provocada pela forte chuva que continuou caindo desde a tarde do dia de ontem dificultaram o acesso do grande número de estudantes, servidores do campus, egressos, produtores e outros parceiros da Instituição que vieram prestigiar o evento. 
Embora isso tenha atrasado a programação por cerca de duas horas, não foi o suficiente para tirar a disposição dos participantes em atolar o pé na lama que tomou conta de parte da fazenda-escola, para prestigiar os estandes (estações), onde professores e estudantes de diversos cursos e turmas esperavam pelos convidados para, no dizer do professor Ricardo Cordeiro, explicar o "passo-a-passo" da produção de milho em integração com a pecuária.


Essa integração lavoura-pecuária já era celebrada em uma das estações do I Dia de Campo do Milho que ocorreu no ano passado, mas nesse II Dia de Campo ganhou maior destaque, resultado esse de pesquisas que comprovaram que a referida integração tem resultados surpreendentes na recuperação de lavouras degradadas, servindo como uma grande alternativa para os produtores do estado.
Foi ainda embaixo de chuva que o professor Edinaldo Feitosa, Diretor Geral do campus, proferiu as palavras de abertura do evento, seguido por representantes da Emater e do Banco do Brasil, que falaram sobre a satisfação de participar do evento. A Pionner, a exemplo do ano anterior, prosseguiu na já celebrada parceria com o campus.
Após boas-vindas e orientações dos professores Ricardo Cordeiro e Célia Guimarães, os participantes, divididos em grupos de 30 pessoas, começaram a percorrer as cinco estações do projeto. A primeira estação, coordenada pelo professor Gil Mendes Sales, abordou a amostragem de solo georeferenciada.
A segunda, que tratou sobre a mecanização e o preparo de área, esteve sob a coordenação do professor Wellinton Sena.
Na terceira estação, coordenada pelo professor Ricardo Cordeiro, foi enfatizado o manejo e a adubação do milho e do capim.
Na quarta, por sua vez, tratou sobre manejo integrado de pragas e híbridos do milho, com coordenação da professora Kézia Alves.
A quinta estação, por fim, encerrou as apresentações com orientações acerca do custo de produção e da Lucratividade a partir da integração Lavoura-Pecuária.
Ao final das visitas, os participantes foram convidados para um almoço servido no refeitório do campus. Abaixo, mais fotos: