sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

LOUVORES NO CAMPUS

Louvores voltaram a marcar presença na noite agricolina. Por iniciativa dos estudantes Edimilson Silva, Inês, Elielson Leão, Raquel de Jesus e Kamila, que compõe um grupo chamado "Rede de Jovens", toda semana é possível desfrutar de momentos de louvor, adoração e reflexão da Palavra no auditório central do campus. A atividade é ecumênica, reunindo pessoas de diferentes denominações religiosas e costuma acontecer nos dias de quarta-feira, quinzenalmente. Segundo os jovens organizadores, o público é bom e sempre prestigia as programações.

Outro organizador de cultos na Instituição é o servidor Gerson, que trabalha no acompanhamento noturno à residência estudantil, na CGAE. Os cultos organizados pelo referido servidor também são realizados em dias de quarta-feira, quinzenalmente (em revezamento com o "Rede de Jovens"), só que diferente do grupo jovem que faz os cultos dentro do auditório, Gerson opta por fazer ao ar livre, em frente ao prédio da Biblioteca.

Abaixo, algumas fotos dos cultos realizados neste mês de dezembro pelo "Rede de Jovens":

Estudante Raquel de Jesus em momento de louvor
 Estudantes Elielson Leão e Raquel de Jesus cantam juntos
 Edimilson Silva, Kamila, Elielson, servidora Francisca Campos, professor Eldeenaldo, Raquel de Jesus e Inês
Grupo "Rede de Jovens" e professor Eldeenaldo, que prestigiou a programação

sábado, 17 de dezembro de 2011

II SICAT será financiada pelo CNPq

Boas novas. A II Semana de Integração, Artes e Ciência - SICAT e a I Feira de Saberes e Sabores do IFPA Campus Castanhal receberá do CNPq uma verba de 55.000,00 para sua realização, após ter seu projeto aprovado junto à esta entidade. A ótima notícia foi circulada nesta semana pelo professor Adebaro Alves, Coordenador de Pesquisa e Inovação Tecnológica do campus, através de um texto reproduzimos abaixo. Ambos os eventos estão previstos para ocorrerem na primeira semana de setembro de 2012. 

"O IFPA CAMPUS CASTANHAL aprovou Projeto para realização da II Semana de Integração de Ciência, Arte e Tecnologia – II SICAT 2012 e a I Feira de Saberes e Sabores “Construindo saberes e valorizando sabores amazônicos”, junto ao CNPq por meio da Chamada MCTI/CNPq/MEC/CAPES/SEB nº 25/2011 Apoio à realização de Feiras de Ciências e Mostras Científicas que tem como objetivo de Apoiar a realização de Feiras de Ciências e Mostras Científicas de âmbito nacional, estadual e municipal/distrital, como um instrumento para a melhoria dos ensinos fundamental, médio e técnico, bem como para despertar vocações científicas e/ou tecnológicas e identificar jovens talentosos que possam ser estimulados a seguirem carreiras científico-tecnológicas.
O Comitê Julgador analisou e recomendou a proposta do IFPA Campus Castanhal de âmbito municipal que foi elaborado pela Diretoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, sob a Coordenação dos Professores: Dr.Luis Nery Rodrigues e Cícero Paulo Ferreira.
Dentes as atividades que serão desenvolvidas durante os eventos citam-se palestras, mini-cursos, oficinas, mostras e vídeos. As atividades são  relacionadas  com  a  as  Ciências  da  Natureza;  durante  o  evento  espera-se registrar  a  freqüência  de  pelo  menos  500  participantes,  entre  congressistas,  palestrantes, expositores e visitantes.
A I Feira de Saberes e Sabores do IFPA será um evento destinado à exposição e comercialização de produtos  oriundos  de  trabalhos  do  meio  acadêmico  e  de  trabalhadores  e trabalhadoras vinculados às redes de economia solidária e à agricultura familiar.  Farão parte da programação a apresentação de trabalhos técnico-científicos, oferta de mini-cursos, oficinas, elaboração e exposição de produtos. Pretende-se com isso, valorizar os aspectos artísticos, socioculturais e ambientais, assim como o intercâmbio entre diversos setores e Instituições de Ensino e Pesquisa, Cooperativas, Associações de produtores Rurais, Movimentos Sociais, Empresas afins e a comunidade em geral. 



Prof. Adebaro Alves dosa Reis
Coord. de Pesquisa e Inovação Tecnológica do IFPA Campus Castanhal


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Anvisa divulga lista dos alimentos mais contaminados

A Agência levou para o laboratório amostras de 18 tipos de alimentos. Em 28% delas, havia excesso de agrotóxicos ou agrotóxicos não autorizados para aquela cultura, o que pode representar um risco maior à saúde.

 O Jornal Nacional inicia, nesta terça-feira (6), uma série especial de reportagens sobre os perigos do uso descontrolado de agrotóxicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária acaba de produzir uma lista dos alimentos com maior nível de contaminação. É um documento inédito, que você vai conhecer agora, com os repórteres Mônica Teixeira e Luiz Cláudio Azevedo.

 O que vem do campo pode não ter apenas nutrientes, mas também resíduos dos produtos usados para proteger as plantações. Agrotóxico em excesso ninguém quer. “Como é que a gente vai saber se foi fabricado com agrotóxico se não tem nada aqui indicando?”, questiona uma consumidora.

Uma refeição colorida, com folhas, legumes e frutas, para qualquer pessoa, um prato assim é a tradução de alimentação saudável. Mas quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária analisou o pimentão, morango, pepino, alface e cenoura, descobriu que em pelo menos metade das amostras desses alimentos houve uso indevido de agrotóxicos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária levou para o laboratório amostras de 18 tipos de alimentos. Em 28% delas, havia excesso de agrotóxicos ou agrotóxicos não autorizados para aquela cultura, o que pode representar um risco maior à saúde. O caso mais grave é o pimentão. “Desse tamanho aqui? Além de enxerto, tem muito agrotóxico”, afirma uma consumidora.

Em 92% das amostras, foram encontradas irregularidades. O morango teve 63% de amostras irregulares; o pepino, 57%; a alface, 54%; e quase 50% das amostras de cenoura tinham agrotóxicos acima do permitido ou não autorizados. O tomate, que já esteve no topo do ranking, hoje tem menos contaminação, 16,%. E uma boa notícia: na batata, nenhum problema foi encontrado entre as amostras examinadas.

“O agrotóxico no alimento, ao ser ingerido pela população, tem um efeito cumulativo, vai se acumulando no organismo. Pode levar a algum tipo de doença crônica não transmissível”, alerta José Agenor Álvares da Silva, diretor da Anvisa. “Principalmente neurológicas, endócrinas, imunológicas e hoje a questão do aparelho reprodutor, como infertilidade, diminuição do número de espermatozoides e a questão do câncer”, explica Heloísa Pacheco, coordenadora do ambulatório de Toxicologia da UFRJ.

A médica Silvia Brandalise, pesquisadora da Unicamp, estuda as causas de câncer, principalmente entre crianças. Segundo ela, pesquisas já comprovaram que a exposição aos venenos usados nas plantações está relacionada à leucemia e aos tumores no cérebro. A comida com excesso de agrotóxicos e produtos químicos também faz parte dos fatores de risco. “Se aquele produto lesa uma célula da formiga, uma célula de um mosquito e leva à morte esse mosquito, de maneira mais aguda. O homem não é diferente. Só que no homem é mais crônico, é de longa duração”, destaca. E se o contato com o veneno for direto, pior. Osvaldo nunca usou proteção. “O veneno abalou os nervos, então não posso fazer força nenhuma”, conta.

Ainda criança, Márcia acompanhava o pai na aplicação do veneno. “Ele ia botando na frente e a gente ia amarrando o tomate atrás, a gente tomava aquele banho de veneno”, lembra.
A terra hoje está abandonada. O casal, sem condições de trabalhar. O agrotóxico levou mais do que o sustento dessa família.
“Nunca tive alegria para viver. Sempre doente, sempre com problema de saúde”, diz Márcia.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Dividir ou não dividir: eis a questão...

Muitos são os argumentos de quem quer dividir e de quem não quer dividir o Pará. Tantos e tão contraditórios que às vezes fica até difícil saber em quem acreditar. O certo é que no próximo dia 11 de dezembro todos os paraenses deverão ir às urnas definir os rumos do estado. Sem dúvidas, uma decisão por demais importante. Não farei aqui defesa de nenhum dos lados. Confesso que ainda possuo algumas dúvidas antes de decidir o que fazer. Então, recomendo aos indecisos que pesquisem bastante de decidir. Haverá muita apreensão e interesses políticos em jogo no próximo final de semana.

Aqui no blog, não podíamos ficar de fora e realizamos uma enquete, onde os participantes não demonstraram muita indecisão, não. Sobre a pergunta "Você é contra ou a favor da divisão do estado do Pará?", apenas 5 pessoas disseram ser a favor, enquanto 36 pessoas (85%) disseram ser contra. Uma pessoa manifestou estar indecisa.

É bom deixar claro que a maioria das pessoas que acessa esse blog são da região metropolitana de Belém e do Nordeste Paraense. Pedimos desculpas ainda pela pergunta generalizada que fizemos, quando que o correto seria realizar duas perguntas, uma acerca da criação do estado de Tapajós e outra acerca da criação do estado de Carajás, tal como será perguntado nas urnas.

Mas, que fique o estímulo para a participação nessa grande votação que definirá os rumos de nosso estado (ou  estados...).

O plebiscito sobre a divisão do Pará ocorre no próximo dia 11 de dezembro de 2011, em todo o estado.

EDUCADORES DO PRÓ CAMPO PREPARAM 4º TA


O corpo docente que ministrará aulas no 4º Tempo Acadêmico da turma de Licenciatura em Educação do Campo, pelo Pró-campo, estiveram, no dia 03 de dezembro de 2011, em formação e preparação para o início das aulas, no próximo mês de janeiro.

Pela manhã, o grupo assistiu a palestra "Estado, Movimentos Sociais e Políticas no Campo" (eixo temático do próximo tempo acadêmico), ministrada pelo professor Ângelo Carvalho. 



À tarde, os professores receberam orientações e o calendário do 4º Tempo Acadêmico. Os professores que irão trabalhar conjuntamente, de forma integrada, tiveram um tempo para discutir e articular idéias e expor aos demais dos grupos como pretendem fazer a integração de suas disciplinas.

No próximo dia 10 de dezembro, os estudantes do Pró-campo estarão no campus recebendo orientações dos professores Edivaldo Moura (Prática Educativa III) e Romier Sousa (Sistemas Familiares de Produção). São as orientações finais para socialização das pesquisas realizadas pelos estudantes no atual Tempo Comunidade.

As aulas do Pró-campo iniciam no dia 02 de janeiro de 2012.

TAPIRI PEDAGÓGICO


Foi realizado no dia 02 de dezembro de 2011, no auditório central do IFPA Campus Castanhal, o IX Tapiri Pedagógico, evento promovido pelo Fórum Paraense de Educação do Campo com o intuito de propiciar um momento reflexivo e formativo e a interação entre universidade, escola e sociedade amazônica, sempre na intenção de somar contribuições para a discussão de políticas públicas para a afirmação dos povos do campo.

A temática escolhida pela nova edição do Tapiri Pedagógico foi “Consciência Negra e Educação Pública”. A programação contou com uma mesa de abertura coordenada pela professora Neila Reis e composta por representantes do IFPA, da UFPA, da FPEC e do Movimento Negro de Castanhal.  Duas mesas redondas foram realizadas, uma com o tema “Consciência Negra e o Ensino Superior Público: conhecimento científico e prática social em busca do mesmo ritmo”, e outra com a temática “Formação Básica e Movimentos Sociais: experiências no campo das lutas pedagógicas em defesa da consciência negra”.

O evento foi encerrado com uma programação cultural, com apresentações da Associação de Consciência Negra Quilombo – ASCONQ e do Grupo de Estudos da Terceira Idade – GETI.


IFPA Campus Castanhal Comemora 90 Anos


O IFPA Campus Castanhal completou, no ultimo dia 01 de dezembro de 2011, 90 anos de existência, desde a criação do Patronato Agricola Manoel Barata em Outeiro, passando pela transferência para cidade de Castanhal na década de 70, sob a nova denominação de Escola Agrotecnica Federal de Castanhal, até o momento presente, com a transformação em Instituto Federal do Pará Campus Castanhal.

A programação começou pela manhã, no ginásio de esportes, com a cerimônia de certificação de educadores concluintes do curso de Especializacão em Educacão do Campo, promovido pelo Programa Saberes da Terra. À tarde,também no ginásio, foi composta uma mesa com diretores do IFPA Campus Castanhal, reitor da UFRA, deputado estadual Ganzer, deputado federal Zé Geraldo, reitor da UFRA, dentre outros.  

Após os pronunciamentos dos membros da mesa, todos os participantes presentes no evento foram convidados para um coquetel, onde se destacou um enorme bolo, confeccionado pelo servidor Tavares. Foi exibido um vídeo sobre os 90 anos, houve a fala de dois ex-diretores (professores Claudino e Nazareno) e o encerramento pelo diretor geral do campus, Edinaldo Feitosa.

Encerrando a programação, houve festa no ginásio a noite.



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Agronegócio, transgênicos, agrotóxicos e a alternativa da agroecologia


Entrevista especial com Daniel Tygel

Fonte: IHU Online, 23/10/2011

Não é possível o convívio do agronegócio, dos transgênicos e dos agrotóxicos com a agroecologia. Não é possível o convívio de um modelo de desenvolvimento capitalista com as redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários. A agroecologia e a economia solidária trazem em seu seio os germes de uma sociedade onde a cooperação e a vida estão acima da competição e do lucro. O agronegócio, as corporações e o mercado financeiro se orientam pelos interesses econômicos de algumas poucas e influentes famílias e grupos empresariais ou de acionistas”, constata Daniel Tygel, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Em sua opinião, quais foram pontos fortes do Encontro de Diálogos e Convergências, ocorrido em Salvador entre os dias 26 e 29 de setembro deste ano?

Daniel Tygel - Primeiramente, o fato de o encontro ter sido construído junto, durante quase dois anos, entre nove redes diferentes, constitui um ponto forte. São elas: Articulação Nacional de Agroecologia (ANA); Associação Brasileira de Agroecologia (ABA); Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES); Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA); Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN); Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO); Rede Alerta contra o Deserto Verde (RADV); e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Estamos em um momento de várias crises, e ao mesmo tempo de expressão massiva de indignação contra a financeirização da vida. Os indignados de países árabes, europeus, latinoamericanos, africanos, asiáticos e norte-americanos estão cada vez mais visíveis. As ocupações dos “Wall Streets” nas metrópoles, no dia 15 de outubro, ampliaram o movimento.

Com o Encontro de Diálogos e Convergências, nos somamos a esta indignação, trazendo junto a ela a proposta concreta de alternativas no campo econômico e da produção agroalimentar. Vivemos, portanto, um tempo de ousadia, indignação e de proposição criativa, e por isso saio muito entusiasmado com as possibilidades de ação que aquelas 300 pessoas das nove redes construíram durante o Encontro de Diálogos e Convergências.

A metodologia do encontro enfrentou o desafio de buscar sempre associar três elementos em todos os debates: a denúncia crítica, a resistência e a construção de alternativas. Há redes, como a Rede de Justiça Ambiental e a Rede Alerta contra o Deserto Verde, que focam bastante na denúncia quanto às inconsistências e danos do atual modelo de desenvolvimento e de agricultura. Já o Fórum Brasileiro de Economia Solidária e a Articulação Nacional de Agroecologia têm foco bastante forte na construção de alternativas concretas às necessidades da sociedade, buscando superar o modelo. Além disso, dentro das redes, há várias iniciativas de resistência dos povos e comunidades tradicionais, a resistência em manter seu modo de vida, sua cultura, sua terra, a apropriação coletiva dos resultados, sua lógica econômica. Isso vale também para as iniciativas de afirmação da autonomia das mulheres. A articulação entre denúncia, resistência e construção de alternativas, que se destaca bastante na carta política final, traz uma riqueza gigantesca ao debate e um maior poder de ação de cada uma das redes e movimentos que construíram o Encontro.

Tenho a convicção de que o Encontro de Diálogos e Convergências não é o ápice de um processo, mas uma etapa importante, um “engatar no trilho” rumo a uma ampla construção, a partir deste método experimentado e apropriado, de diálogos e convergências nos territórios, que é onde as lutas são travadas e onde a vida acontece. O encontro será avaliado pelos seus desdobramentos na construção de ambientes territoriais de diálogos e convergências, e não somente pelas suas deliberações. Não há novidade na necessidade de buscar convergências entre os movimentos no Brasil. A novidade neste encontro, portanto, foi a proposta de metodologia para se avançar nesta busca e fazer política de maneira inovadora, que se mostrou bastante consistente com a realidade dos atores que compõem a base de cada uma das redes e movimentos promotores do Encontro e teve uma apropriação e ressonância muito positiva.

Já começam a se desenhar alguns resultados concretos, como a realização, nos próximos meses, de encontros locais de diálogos e convergências em diferentes estados. Outro desdobramento positivo foi a iniciativa, na primeira semana de outubro, de convergência entre três campanhas: a Campanha contra os agrotóxicos e pela vida; a Campanha pela Lei da Economia Solidária, e a Campanha pela Reforma Política. Do Encontro também saiu uma agenda bastante concreta e importante, a meu ver, que é a construção do Intermapas, uma ferramenta de visibilização, numa mesma plataforma da internet, de um “mapa de mapas”, ou seja, a disponibilização das informações produzidas por diferentes mapas, como o de agroecologia, o de economia solidária, os projetos financiados pelo BNDES e o das injustiças ambientais num mesmo mapa interativo (um protótipo do intermapas encontra-se em www.fbes.org.br/intermapas).

IHU On-Line – De que maneira pode ser realizado o consumo consciente e responsável? Quais são as estratégias para que haja maior aproximação entre agricultores e consumidores?

Daniel Tygel - O consumo consciente e responsável acontece quando quem consome passa a desnaturalizar o ato de consumir e percebe que este ato é fazer um investimento numa determinada forma de produzir, num modelo de sociedade, e não é, de forma alguma, definido simplesmente pela vontade e pelo gosto de cada um e cada uma. É, portanto, um ato político e de investimento econômico. Frequentemente, confunde-se o consumo consciente e responsável a certos dogmas do politicamente correto e das boas práticas: “jogue o lixo no lixo”, “não use descartáveis”, “mantenha a torneira da pia fechada”, etc. Não é assim que o vemos. Para nós, o consumo responsável significa ter um olhar constantemente curioso sobre o mundo, sobre a forma como e em que condições cada produto é fabricado, sobre a maneira como as lojas, feiras e supermercados funcionam. Portanto, para consumir responsavelmente, basta ser curiosa/o sobre o mundo à nossa volta, e se perguntar: “será que este produto que vou consumir, ou este supermercado em que vou entrar, tem uma história e uma forma de funcionamento que vão de acordo com valores como a preservação ambiental, a justiça social, a equidade e autonomia de gênero, raça e etnia?”.

A partir daí, todo um universo se abre, e as alternativas podem ser encontradas em feiras locais, centrais de comercialização, na organização do consumo coletivo, na priorização de produtos e produtores locais (mercearias, lojinhas), na valorização da cultura e culinária locais, etc. O consumo responsável é, portanto, uma opção política pelo fortalecimento de um outro tipo de relação econômica onde todos saem ganhando: o consumidor por acessar produtos de qualidade, conhecendo inclusive sua origem, e os produtores e comercializadores por poderem estabelecer esta relação direta com o consumidor

A aproximação entre produtores e consumidores é de fundamental importância. As grandes redes de supermercado e de distribuição dominam as cadeias produtivas, tiram a autonomia dos produtores e alienam os consumidores. Há várias estratégias em curso para superar esta distância, seja na consolidação de espaços e canais de comercialização solidários (pontos fixos, mercadinhos, circuitos locais e feiras), seja na organização do consumo coletivo (coletivos e redes de consumidores), seja na criação de empreendimentos solidários de comercialização que têm como base a transparência da composição do preço e a justiça nas relações. Durante o seminário sobre agroecologia, soberania alimentar e economia solidária, no Encontro de Diálogos e Convergências, todas estas alternativas foram apresentadas, da forma como acontecem nos quatro cantos do país. É incrível o acúmulo e o avanço que existem nesta área com resultados admiráveis. O seminário também teve, como um de seus principais resultados, o compromisso de construirmos de forma coletiva entre as várias redes e movimentos participantes uma campanha pelo consumo responsável, que seja uma ferramenta pedagógica para contribuir com a denúncia crítica do atual modelo e com a apresentação e visibilização das alternativas agroecológicas e da economia solidária para uma alimentação saudável e adequada. Esta campanha será um meio importante para estimular a aproximação entre consumidores e produtores da economia solidária e da agroecologia.

Já há formas de encontrar produtos da Economia Solidária e da Agroecologia, seja através do contato direto com as redes e movimentos na sua região, seja utilizando-se de ferramentas na internet tais como o Farejador da Economia Solidária (www.fbes.org.br/farejador) ou o Cirandas (www.cirandas.net).

IHU On-Line – Quais as vantagens disponíveis na agroecologia e na Economia Solidária?

Daniel Tygel - As vantagens podem ser percebidas em uma vasta gama de dimensões, dentre as quais destaco algumas:

Para o desenvolvimento: territorialização dos processos econômicos e produtivos, dinamizando economias locais, coordenadas e realizadas pelas próprias pessoas que habitam o território. Para o meio ambiente: são processos em que a finalidade maior não é o lucro, mas o bem-viver, e, portanto, a lógica de produção envolve diretamente o cuidado e a responsabilidade com o lugar onde vivemos, resgatando a diversidade dos agroecossistemas na perspectiva de trabalhar a biodiversidade original da relação entre o ser humano e a natureza. O simples fato, também, das pessoas que estão determinando a produção serem as mesmas que dependem totalmente daquele espaço para viver, traz outra lógica com relação ao meio ambiente local. Isso é diferente de empresas em que os donos vivem em jardins floridos em condomínios de grandes capitais, bem longe do estrago que suas empresas estão fazendo nos locais de produção.

Para a diversidade cultural, étnica, racial e autonomia das mulheres: a agroecologia e a economia solidária se baseiam em uma diversidade de lógicas de mercado e de produção (auto-produção, agroextrativismo tradicional, reciprocidade, gratuidade), na luta pela equidade de gênero, raça e etnia, na emancipação econômica das mulheres, entre outros aspectos que promovem a diversidade socioambiental e cultural. Para o consumidor: Na agroecologia e na Economia Solidária, o produtor produz o que ele mesmo consumiria em casa. Sendo a finalidade o bem-viver, a preocupação com a qualidade dos produtos e alimentos é de outra magnitude. Há uma relação e um compromisso de confiança entre produtores e consumidores que vai além de uma simples relação de mercado.

Para o trabalho e a renda: em empresas convencionais, o custo de mão-de-obra é uma variável que pode ser mexida, ou seja, quando uma empresa está com dificuldades, começa a demitir funcionários, mantendo os altos rendimentos do proprietário. Já na agroecologia e na economia solidária, como todos são associados do processo produtivo, a “demissão” está fora de questão. A forma da Economia Solidária e da Agroecologia lidarem com crises econômicas nunca passa pela exclusão de seus trabalhadores, mas por outras estratégias, como solidariedade comunitária, busca de ampliação do leque de produtos e serviços a oferecer, e articulação em rede nos territórios. Trata-se, portanto, de atividades econômicas enraizadas nos territórios e em que o ser humano e o bem estar coletivo estão no centro, e não o lucro e a acumulação de capital.

Para a cultura: A agroecologia e a economia solidária são um exercício cotidiano de aprendizado da cultura da cooperação, que vai em outro sentido que a da competição. Suas práticas promovem a ideia de que estamos no mesmo barco, já que nestas iniciativas é preciso aprender a viver processos democráticos nas tomadas de decisão.

Para a construção do conhecimento: a produção agroecológica e de economia solidária depende de um olhar investigativo, de um diálogo de saberes populares, tradicionais e acadêmicos, de processos participativos de trocas que, quando sistematizados e partilhados, geram novos conhecimentos e consolidam conhecimentos tradicionais. Nesta partilha de saberes, há uma adaptabilidade destes conhecimentos a cada contexto e conjuntura locais.

Para a democracia do país: um Estado Democrático pleno só existe se a população está organizada, fazendo o controle social das políticas públicas e propondo novas políticas através de sua criatividade e diversidade. As práticas de economia solidária e agroecologia são, por si mesmas, processos pedagógicos de exercício de democracia: normalmente, trabalhadores de empreendimentos solidários e de iniciativas agroecológicas, pela vivência em sua forma de produzir e comercializar, são mais ativos politicamente, participam mais de conselhos, sindicatos e debates políticos sobre o futuro da sociedade e da justiça social.

IHU On-Line – No que consiste, de fato, a economia solidária? Quem são os maiores beneficiários desta alternativa?

Daniel Tygel - Do ponto de vista econômico e da oferta de produtos e serviços, a Economia Solidária se expressa em iniciativas em que não há patrão nem empregados: todas as trabalhadoras e trabalhadores são ao mesmo tempo donas/os do empreendimento, ou seja, responsáveis pela tomada de decisão coletiva sobre os rumos de cada empreendimento. Isso é chamado de autogestão. A Economia Solidária é também um movimento social, pois seus atores se organizam e debatem politicamente o atual modelo de desenvolvimento e as alternativas necessárias, as políticas públicas e a articulação com outros movimentos sociais de transformação social. Ela se baseia em um desejo de transformação social, política, cultural e econômica através da radicalização da democracia no âmbito econômico. É também um jeito de estar no mundo e de olhá-lo, baseado nas perspectivas da cooperação, da diversidade, da autonomia e da afirmação dos vários saberes e lógicas econômicas, tanto individuais como coletivos.

A economia solidária se expressa através de iniciativas econômicas dos mais diversos tipos e setores de atividade. Grupos de produção urbana, catadores de material reciclável, artesãs e artesãos, coletivos de prestação de serviços, iniciativas comunitárias de finanças solidárias (bancos comunitários e fundos rotativos), empresas recuperadas pelos antigos operários e operárias, iniciativas agroextrativistas, agroecológicas, cooperativas solidárias... A lista não para. Pelas vantagens que citei na questão anterior, percebe-se a intencionalidade do movimento de economia solidária em se comprometer com o bem viver da sociedade como um todo. No aspecto produtivo, mais especificamente, com o bem viver das trabalhadoras e dos trabalhadores já organizados em empreendimentos ou que querem se organizar coletivamente. No aspecto do consumo e do desenvolvimento justo e sustentável, a Economia Solidária dirige-se ao cidadão comum, enquanto consumidor.

IHU On-Line – Quais são as alternativas para o atual modelo agroalimentar?

Daniel Tygel - Há um mito da eficiência e produtividade do sistema agroalimentar hegemônico que é simplesmente falso. A produção agrícola extensiva depende de insumos químicos, agrotóxicos, grandes máquinas e exige concentração de terras e monoculturas. Por isso, tem custos sociais, ambientais, de saúde e culturais enormes, que normalmente são velados e cobertos pelo Estado. Há uma infinidade de exemplos em que circuitos agroalimentares locais, sobre os quais os agricultores e a população local têm o controle, dão conta de garantir a alimentação saudável e adequada a quem vive no território. Estes circuitos são totalmente diferentes dos circuitos globais não territorializados que dependem de flutuações mercantis e dos interesses de acionistas ávidos por fazer render seus investimentos. Portanto, a construção de alternativas ao atual modelo agroalimentar passa pelo estabelecimento, organização e fortalecimento de redes e circuitos de produção, de comercialização e de consumo solidários, avançando na autonomia, nas relações de confiança, na proximidade e na transparência entre os produtores e os consumidores.

O fortalecimento destas alternativas passa também pela alteração das políticas públicas de fomento e assessoria técnica e dos instrumentos de financiamento e crédito. Além disso, devem ser superadas as inúmeras barreiras e bloqueios existentes ao acesso a políticas públicas pela produção artesanal, agroecológica e da economia solidária, em especial na inspeção e vigilância sanitárias e nas cargas tributária e fiscal. Além disso, o atual marco regulatório e de políticas públicas nestes campos é totalmente voltado a uma lógica de desenvolvimento, mercado e produção das grandes empresas, do latifúndio e do agronegócio, sendo, portanto, totalmente inadequadas para a consolidação de alternativas agroalimentares para a sociedade. Sem a alteração deste marco, não é possível a popularização e consolidação de outros modelos agroalimentares agroecológicos e com base na economia solidária.

IHU On-Line – Em que sentido programas como o de alimentação escolar (PNAE) e de aquisição de alimentos (PAA) contribuem para a agricultura familiar e camponesa?

Daniel Tygel - As iniciativas que formaram a base dos debates do seminário de soberania alimentar, agroecologia e economia solidária reafirmaram a importância do PAA e do PNAE como políticas públicas em que o Estado exercita seu papel de consumidor de forma responsável. Estes programas garantem o escoamento, a preços estáveis, de parte da produção da agricultura familiar e camponesa. Estes programas, entretanto, não são e nem devem ser a única ou a principal fonte de sustentação financeira destas iniciativas.

Eles, entretanto, ainda atingem a uma parcela muito pequena da produção da agricultura familiar, e não há uma meta bem definida da expansão dos mesmos, seja no valor global, seja na quantidade de agricultores familiares a se beneficiarem. Durante o seminário no Encontro, estes programas foram avaliados, e um aspecto importante foi a reação que tem ocorrido nos territórios por parte de grandes empresas ou de seus sindicatos patronais que normalmente dominam o mercado institucional e que passam a se sentir ameaçados com estes programas.

Têm ocorrido casos, especialmente no setor da agroindustrialização e do processamento, como, por exemplo, a produção de doces, compotas e polpas, em que estas empresas promovem uma guerra através de denúncias à vigilância sanitária e de propaganda negativa (em rádios e TVs locais) buscando destruir a imagem da agricultura familiar e camponesa, dos assentamentos e da produção coletiva e associada.

Percebe-se, nesta disputa, como os agentes de inspeção sanitária dão tratamento diferenciado: enquanto fazem vista grossa ao fiscalizar grandes empresas, dando pequenas notificações e alertas, agem, por outro lado, com severidade e rigor ao visitarem os pequenos estabelecimentos da agricultura familiar e camponesa, causando prejuízos ao fecharem imediatamente estes espaços.

IHU On-Line – Por que a agroecologia e a Economia Solidária ainda são alternativas pouco utilizadas no Brasil? O que falta para suas reais efetivações? Quais são os desafios para a implementação da economia solidária e da agroecologia no país?

Daniel Tygel - Não existe atividade econômica independente da estrutura, organização e apoio do Estado. O BNDES, por exemplo, desembolsou mais de 190 bilhões de reais em financiamento a empresas em 2010. A indústria automobilística se beneficiou de descontos impressionantes do IPI durante a crise de 2008 e agora na nova onda de crise em 2011 (estudos do IPEA deste ano comprovam que o poder público investiu mais no automóvel individual do que no transporte público nos últimos anos!). A liberação de sementes transgênicas beneficia diretamente um império restrito de gigantescas corporações multinacionais. A política de assessoria técnica privilegia uma lógica de produção agrícola baseada no agronegócio insustentável ambientalmente e as receitas sem diálogo com a realidade local. A impunidade a assassinatos de lideranças de movimentos sociais de luta pela terra estimula um sentimento de ameaça e de intimidação à organização popular. A liberação de Belo Monte e apoio financeiro público a esta obra, apesar de seus enormes impactos ambientais e duvidosos resultados econômicos e energéticos, desestimula a produção descentralizada e ambientalmente limpa de energia. A simplificação cada vez maior da organização em micro e pequena empresa e como empreendedor individual, ao mesmo tempo em que se dificulta a organização coletiva em cooperativas e feiras populares, implica no fortalecimento de uma lógica competitiva e individualista de produção, centrada no lucro, e fragilização de conquistas no âmbito das relações trabalhistas.

Poderia continuar esta lista por um longo tempo, para afirmar algo muito simples: o modelo hegemônico de produção agrícola e de desenvolvimento é completamente contrário à produção agroecológica e a uma Economia Solidária. Não é possível o convívio do agronegócio, dos transgênicos e dos agrotóxicos com a agroecologia. Não é possível o convívio de um modelo de desenvolvimento capitalista com as redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários. Portanto, é natural que estas práticas sejam ainda muito marginais e invisibilizadas. Estamos, portanto, falando de interesses antagônicos: a agroecologia e a economia solidária trazem em seu seio os germes de uma sociedade onde a cooperação e a vida estão acima da competição e do lucro. O agronegócio, as corporações e o mercado financeiro se orientam pelos interesses econômicos de algumas poucas e influentes famílias e grupos empresariais ou de acionistas.

Neste sentido, os desafios são muito grandes, no acesso a crédito, a conhecimento, a assessoria técnica, a mercado, na participação efetiva na elaboração e no monitoramento de políticas públicas, inclusive a política econômica. As políticas existentes, sejam elas de fomento ou de promoção do desenvolvimento, não são adaptadas às especificidades da agroecologia e da economia solidária, e não é por acaso. Cada iniciativa agroecológica, cada empreendimento de Economia Solidária, significa uma resistência revolucionária, um passo rumo a mudanças estruturais de nosso país e do mundo. O domínio, por parte destes mesmos grandes grupos econômicos, dos meios de comunicação e sua influência sobre o parlamento através das doações de campanha, produz um ambiente simbólico (propaganda, novelas, telejornais ideologicamente controlados, promoção da cultura da competição, do consumismo e do individualismo) e político (criminalização dos movimentos sociais, bloqueios ao acesso da agroecologia e economia solidária às políticas públicas) que é contrário à consolidação da economia solidária e da agroecologia. Haja vista este ambiente extremamente adverso, temos, ao contrário do que parece, uma quantidade enorme de empreendimentos, redes, e iniciativas agroecológicas bem sucedidas e que efetivamente trazem consequências positivas para os territórios em que estão, como se pôde observar nas exposições durante o seminário do Encontro. Imagine então se houvesse um ambiente favorável!

No âmbito interno aos movimentos sociais, há o grande desafio de lidar com a eterna tensão entre a necessidade de sobrevivência econômica e a luta política. Tanto a agroecologia quanto a economia solidária estão no campo produtivo e econômico, ao mesmo tempo em que são movimentos políticos com horizonte de transformação estrutural da sociedade.

IHU On-Line – É possível existir uma alimentação saudável tendo como base o agronegócio, o latifúndio e a produção baseada no mercado e no lucro?

Daniel Tygel - A resposta é curta e direta: não, de forma nenhuma. Já está mais do que comprovado, não só no Brasil como em todo o mundo, que o mercado e o foco no lucro não melhoram a qualidade de vida nem a saúde da vasta maioria da população, com exceção dos acionistas e ricos proprietários, que são menos de 1% da população mundial. A produção e comercialização em base agroecológica e da economia solidária já implicam naturalmente e de forma indissociada na promoção da alimentação saudável, da preservação ambiental, da saúde, do desenvolvimento territorial sustentável e da justiça social.

IHU On-Line – Como podemos definir a soberania alimentar?

Daniel Tygel - Vejo a soberania alimentar como sendo a garantia de alimentação saudável e adequada à população nos territórios, sem depender dos humores do mercado financeiro e dos royalties. Significa garantir que boa parte da produção agrícola seja voltada diretamente para a alimentação saudável e adequada, e não voltada simplesmente para as empresas de ração e outros produtos industrializados causadores de câncer, obesidade e outros problemas de saúde. Significa garantir o direito à biodiversidade, em especial às sementes crioulas, e a não dependência de agrotóxicos, insumos químicos e sementes industriais e transgênicas produzidas por algumas poucas mega-corporações agroalimentares. Significa garantir que os territórios sejam suficientemente autônomos na produção agrícola local e na independência de insumos externos. Significa a valorização dos saberes, tradição, cultura e culinária populares, da sazonalidade e do modo de ser de quem vive na região. Por isso, ao falarmos de soberania alimentar, estamos falando de autonomia, auto-determinação dos povos e qualidade de vida sobre todos os aspectos, inclusive do acesso à terra e à água. O sistema agroalimentar nas mãos das empresas e redes capitalistas de distribuição implica numa dependência econômica de um território a alguns poucos grupos, que certamente não têm interesse para além da maximização do lucro. E a maximização do lucro não implica, comprovadamente, em emancipação, qualidade de vida e alimentação saudável.

IHU On-Line – Desejas acrescentar algo?

Daniel Tygel - Gostaria de partilhar aqui os principais resultados do seminário Agroecologia, Economia Solidária e Soberania Alimentar e Nutricional durante o Encontro de Diálogos e Convergências, que foi bastante rico. Foram identificados mais nove campos de convergência, que devem se desdobrar em agendas e lutas comuns entre as redes e movimentos. São eles: a legislação e inspeção sanitárias e tributárias; as compras institucionais governamentais; os canais, redes e circuitos de produção e comercialização solidários; o consumo consciente, responsável e solidário; a certificação, em especial os sistemas participativos de garantia orgânico e do comércio justo e solidário; a construção do conhecimento em suas diferentes dimensões; as práticas e lógicas produtivas, de mercado e econômicas dos povos e comunidades tradicionais; o estudo e enfrentamento às grandes empresas agroalimentares e o controle social das políticas públicas relacionadas direta ou indiretamente à economia solidária, à agroecologia e à segurança e soberania alimentar e nutricional.

A partir destes temas centrais, o seminário propôs algumas ações concretas de convergência, dentre os quais eu destacaria os seguintes: priorizar questão da legislação e inspeção sanitárias: fazer um estudo dos principais bloqueios existentes ao acesso da agroecologia e da economia solidária a políticas públicas, e traçar estratégias e táticas comuns de ação para visibilizar e lutar contra estes bloqueios, além de fomentar a troca de experiências bem sucedidas e boas práticas em superá-los; formação comum: convidar sempre integrantes das demais redes nos processos de formação específicos a cada rede e movimento, e buscar construir alguns processos formativos políticos em conjunto; realizar uma incidência articulada em Conselhos e Conferências, a começar pela Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional em novembro; articular campanhas existentes e convergentes, como as da economia solidária, de agrotóxicos, de alimentação saudável, de reforma agrária, a da luta contra alteração do Código Florestal, entre outras, além de realizar conjuntamente uma Campanha Nacional pelo Consumo Consciente, Responsável e Solidário, com uso de metodologias e de comunicação populares.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Agrotóxicos são a segunda maior fonte de contaminação da água, segundo IBGE

7 de novembro de 2011

Por Leandro Carrasco
Da Página do MST (www.mst.org.br)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 19 de outubro, um estudo sobre o saneamento básico no país. Nele, um fato soa um tanto quanto curioso: constata que os resíduos de agrotóxicos são a segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do esgoto sanitário.

A análise apresenta ainda que, com 6,24%, os agrotóxicos ficaram a frente dos despejos industriais e da atividade mineradora como origens de contaminação. O uso indiscriminado dessas substâncias acaba afetando tanto a vida quanto a saúde da população.

A doutora Silvia Brandalise, presidente do Centro Boldrini, especializado em câncer infantil, localizado em Campinas e professora de Ciências Médicas da Unicamp, diz que por ser um composto derivado de benzeno, o agrotóxico é extremamente prejudicial à saúde, podendo disseminar o câncer. “O agrotóxico, a maior parte deles, tem como matéria-prima básica os derivados de benzeno. Os derivados de benzeno têm como ação importante, a quebra de cromátides, que são elementos que compõem o cromossoma. Uma exposição aos derivados de benzeno ou a radiação, você consegue fazer uma mutação. Sendo assim, o câncer e outras doenças, que são mutações sucessivas, vão acontecendo na célula cronicamente exposta a esses produtos.”

A utilização dos agrotóxicos em larga escala na agricultura chegou a tal ponto que é preciso parar com o despejo desses produtos, segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), Rosany Bochner. “A verdade é que chegamos a um limite. Não tem mais como falarmos apenas em diminuir ou usar outro tipo. É preciso acabar com o uso. Acreditamos que é necessário até mudar a maneira de como o Brasil lida com a produção de alimentos. Seria uma revolução maior”, afirma a coordenadora.

Outro grande problema apontado por Rosany é a questão dos alimentos geneticamente modificados, pelo fato de utilizarem “muito agrotóxico para o seu cultivo, em especial a soja. Com isso, toda a soja carrega uma quantidade enorme de produtos químicos na sua composição. Sem contar que os produtores que não utilizam os transgênicos, mas possuem agricultores vizinhos que os produzem, acabam por ter suas plantações também contaminadas”, explica.

Ainda segundo a coordenadora, o Brasil se habituou a utilizar a monocultura como forma predominante nas plantações, o que força os agricultores a aplicar os agrotóxicos.

“O que é proposto por especialistas de produção é a agroecologia. Entretanto, esse conceito iria mexer em uma questão cultural, já que hoje você tem todo mundo comendo a mesma coisa o tempo todo. Não há mais a produção de uma fruta, por exemplo, em determinada época do ano, e sim, a produção dela o ano inteiro, por conta da manipulação”, acrescenta Rosany.

Saúde

Chamados pela indústria de “defensivos agrícolas”, o uso de pesticidas ainda podem provocar danos na medula, a ponto de um transplante se fazer necessário. “O defensivo agrícola é um veneno para o homem, pois ele altera o cromossomo da célula. Uma das ações que ele faz no ser humano é diminuir a produção dos glóbulos brancos. Com a queda de glóbulos brancos, a imunidade cai. Isso provoca uma aplasia de medula, quer dizer, a medula óssea não produz mais os elementos do sangue. Nesse cenário, que é uma destruição global da medula óssea, só o transplante de medula pode resolver”, relata Brandalise.

Diversos estudos já comprovaram que foi detectada uma quantidade significativa de agrotóxicos em águas da chuva. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), existem teses que já provaram que essas toxinas foram encontradas no leite materno, o que prejudica na formação do bebê. Tanto para médicos, quanto para especialistas, a fiscalização das leis que regulamentam o uso dos agrotóxicos, e até a extinção deles, é essencial para que a saúde da população seja a prioridade na hora de se produzir um alimento.

Todavia, mesmo as legislações já vigentes que regulam a utilização desses produtos é pouco respeitada pelo setor. “Existe legislação que proíbe a pulverização com veneno uma árvore que já tem frutos, por exemplo. Mas na prática se vê aviões pulverizando pés de banana, de laranja, etc., já com o fruto na árvore. Ou seja, a quantidade de derivado de benzeno que vai ficar nessa fruta é enorme”, salienta a doutora.

Além do fato de existirem diversos “produtos que estão com a quantidade muito maior de agrotóxico do que seria permitida pela Vigilância Sanitária. Nisso, os consumidores ingerem uma hortaliça ou uma verdura com um altíssimo teor”, enfatiza.

Intimidação

No entanto, apesar de já existirem diversos estudos que relacionam a contaminação da água por venenos agrícolas, Rosany destaca a dificuldade que há em associar causa e efeito nessa questão.

“O Sinitox registrava apenas intoxicações agudas. Contudo, com a contaminação da água, pode-se levar uma população a desenvolver uma intoxicação que será crônica. O sistema de saúde não irá registrar essa intoxicação como causada pelos agrotóxicos, pois ao longo do tempo é que irão aparecer os problemas. Verificar esse nexo causal, provar que existe essa relação, é muito difícil”, explica.

“É nessa incerteza que as indústrias se beneficiam, porque quando se vai fazer qualquer tipo de denúncia, ela exige que tenha uma comprovação de nexo causal. Como ainda não se tem essa relação, essas empresas acabam entrando na justiça contra quem declarou qualquer coisa, intimidando as pessoas de fazerem qualquer tipo de declaração. E por essa pressão, as pessoas acabam não falando sobre o assunto”, conclui.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Licenciatura em Educação do Campo realiza acompanhamento no Tempo Comunidade

Ocorreu no último sábado (05.11) o 1º Acompanhamento das atividades do Tempo Comunidade da Turma de Licenciatura em Educação do Campo do IFPA - Campus Castanhal. A atividades foi realizada durante todo dia no próprio Campus. Os Prof. Romier Sousa e Edivaldo Moura debateram com os educandos sobre a perspectiva de realização de suas pesquisas-estudos sobre os movimentos sociais e a gestão escolar com o objetivos dos educandos construirem uma reflexão crítica sobre estes temas a partir da sua realidade vivenciada no cotidiano.
Este momento é dedicado a um debate coletivo sobre as dúvidas e questionamentos dos educandos quanto a realização da pesquisa. Participaram ainda das atividades a Prof. Marzane e Marcia Brito, coordenadoras do PROCAMPO no IFPA - Castanhal.
A Licenciatura em Educação do Campo chegará em seu 4º período de alternância pedagógica no próximo mês de janeiro de 2012. As atividades de tempo acadêmico estão previstas para iniciar na primeira semana do ano vindouro.
Na última etapa os educandos discutiram sobre os sistemas de produção e processos de trabalho no campo. A Coordenação de comunicação do IFPA, produziu um pequeno vídeo que retrata uma atividade na disciplina de Sistemas de produção familiar. Todos podem acompanhar e ver um pouco da dinâmica de formação da turma e os vários talentos existentes entre os educandos e educandas.

Educação do campo, direito nosso, dever do Estado!!!

O Menestrel

A Cia Teatral Argonautas e o Ponto de Cultura "Teatro e Comunidade: uma usina de força e luz" estarão apresentando, como encerramento de uma oficina de iniciação teatral com jovens do município de Castanhal, o espetáculo "O Menestrel".

A apresentação será realizada na Fundação Cultural de Castanhal - FUNCAST, no dia 18/11/11, às 19h30, com entrada franca.

PROCESSO SELETIVO 2012 DIVULGA NOVO CRONOGRAMA

A coordenação do Processo Seletivo 2012 do IFPA Campus Castanhal divulgou neste dia um novo cronograma. O edital, previsto anteriormente para ser divulgado no dia de hoje, agora só será divulgado no dia 11/11/11. As inscrições serão realizadas de 14/11 a 16/12/2011, exclusivamente pelo site do IFPA Campus Castanhal (www.castanhal.ifpa.edu.br), sendo que os pedidos de isenção da taxa (30,00) deverão ser feitos de 14 a 25/11/11. A data da prova foi remarcada para 29/01/12. Abaixo, a chamada divulgada hoje pela Comissão do Processo Seletivo:

1º PROCESSO SELETIVO TÉCNICO 2012 DO IFPA – CAMPUS CASTANHAL

O Instituto Federal do Pará – Campus Castanhal abre as inscrições para 290 vagas nos seguintes Cursos Técnicos:

- Técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio – manhã e tarde (120 vagas)
- Técnico em Agroindústria subsequentemanhã (35 vagas)
- Técnico em Florestas subsequente – manhã e tarde (35 vagas)
- Técnico em Meio Ambiente subsequente – tarde (40 vagas)
- Técnico em Rede de Computadores subsequente – tarde (30 vagas)
- Técnico em Rede de Computadores subsequente – noite (30 vagas)

Período de inscrição:  14/11 a 16/12/2011

As inscrições serão feitas exclusivamente através do site www.castanhal.ifpa.edu.br

Valor da taxa de inscrição: R$30,00

CALENDÁRIO DO 1º PROCESSO SELETIVO DO IFPA - CAMPUS CASTANHAL/2012

Publicação do EDITAL - 11/11/2011
Período para solicitação de isenção da taxa de inscrição - 14/11 a 25/11/2011
Período para entrega de documentos comprobatórios para isenção - 16/11 a 25/11/2011
Período da inscrição do Processo - 14/11 a 16/12/2011
Resultado da isenção do pagamento da taxa de inscrição - 07/12/2011
Prazo final para pagamento do Boleto Bancário - 19/12/2011
Publicação da confirmação de inscrição do candidato através do site: http://www.castanhal.ifpa.edu.br - Até 13/01/2012
Prova prevista - 29/01/2012
Publicação do Gabarito Preliminar da Prova Objetiva - 30/01/2012
Período para recurso do Gabarito da Prova Objetiva - 30/01 a 01/02/2012
Publicação do Gabarito Oficial da Prova Objetiva - 03/02/2012
Divulgação do Resultado final - Até 24/02/2012
Período para Efetivação da Matricula - 27/02 a 08/03/2012

Informações: (091) 3412-1612; e-mail: cpps.castanhal@ifpa.edu.br

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nos Caminhos do Rei Salomão: novo filme de Chico Carneiro


Depois de "Seu Didico, Paraense Velho Macho" e "Balsa Boeira", o cineasta castanhalense Chico Carneiro exibe o terceiro filme da pentalogia sobre os barcos na Amazônia Paraense. Se os dois primeiros filmes tratavam, respectivamente, do transporte de madeira e de gado, este terceiro aborda o transporte de pessoas. É o documentário "Nos Caminhos do Rei Salomão".

Com 64 minutos, o filme tem como fio condutor uma viagem de barco entre Belém e Anajás, no centro geográfico da Ilha de Marajó. A viagem, com 36 horas de duração, é feita pelo Barco “Rei Salomão” (daí o nome do filme), que transporta passageiros e carga, sendo o principal elo de ligação entre Anajás e a capital paraense.

O documentário mostra aspectos da preparação para a viagem, a atividade no porto, a atuação dos estivadores e vendedores, a viagem em si, entrevistas com passageiros e tripulação bem como com habitantes da cidade de Anajás, seus problemas e aspirações, e ainda aspectos da indústria do palmito, uma das bases da economia da cidade.
Um dos destaques do filme é a trilha sonora, de autoria de Cincinato Jr. e Allan Carvalho, interpretadas por eles e pela cantora paraense Lívia Rodrigues.
Os filmes "Seu Didico, Paraense Velho Macho" e "Balsa Boeira" já foram exibidos no IFPA Campus Castanhal em várias oportunidades, tanto em atividades de sala de aula, quanto em sessões do Cine IFPA, tendo gerando inclusive duas atividades de ensino integradas. A segunda delas, com o filme "Balsa Boeira", contou com a participação do cineasta, que após a exibição do filme participou de um debate com os estudantes. No novo filme ele assina novamente a produção, direção, fotografia e edição da obra.

"Nos Caminhos do Rei Salomão" será exibido no Cine Líbero Luxardo, no CENTUR (Belém) amanhã, dia 04 de novembro de 2011. Na sexta-feira seguinte, dia 11 de novembro, ele será exibido na Fundação Cultural de Castanhal - FUNCAST. Vale a pena conferir!

Entre a ArtE e O RitMo existe o movimento...ESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPA INSCREVE PARA CURSOS TÉCNICOS...

Escola de Teatro e Dança da UFPA inscreve para cursos técnicos
A partir do próximo dia 8, estarão abertas as inscrições ao processo seletivo para os cursos técnicos em artes cênicas da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA). Serão 120 vagas ofertadas, distribuídas entre quatro cursos: Técnico em Ator; Técnico em Cenografia; Técnico em Figurino e Técnico em Dança.
Para participar do processo seletivo, é necessário apresentar diploma de ensino médio ou equivalente ou apresentar comprovante escolar de que se encontra cursando, no mínimo, o segundo ano do ensino médio.
Inscrições - Para efetivar a inscrição, o candidato deverá acessar o site https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru/gru_simples.asp e preencher todas as informações solicitadas. Logo em seguida, deve imprimir a Guia de Recolhimento da União (GRU) e pagar a taxa de R$ 30,00 em qualquer agência do Banco do Brasil. Portando o comprovante de pagamento devidamente quitado, o candidato deverá se dirigir à Secretaria Acadêmica da ETDUFPA, localizada na rua D. Romualdo de Seixas, 820, no período de 8 de novembro a 21 de dezembro de 2011, para entregar o comprovante da taxa de inscrição paga e preencher o formulário de inscrição ao qual deverão ser anexados os seguinte documentos: fotocópia do pagamento efetuado; fotocópia legível de documento oficial de identificação e o comprovante de escolaridade.

Provas - Serão aplicadas provas escritas e práticas, entre os dias 9 e 13 de janeiro de 2012. Será eliminado o candidato que obtiver nota menor que quatro na prova escrita ou menos de 50% do total de pontos da prova prática.

Segundo a coordenadora de cursos técnicos da ETDUFPA, professora Iara Regina Souza, os cursos técnicos são importantes para muitos que já trabalham com arte, mas que precisavam de uma certificação. “Além das pessoas que vêm do ensino médio, existe uma outra parte da população que já trabalha com teatro e dança há bastante tempo e, até então, não possuía uma maneira de certificar seus conhecimentos por intermédio de uma escola qualificada como a da ETDUFPA”, ressalta a professora.

Serviço

Inscrições para os cursos Técnicos em Teatro e Dança da ETDUFPA.

Período: de 8 de novembro a 21 de dezembro

Inscrições: No site https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru/gru_simples.asp
e na Secretaria Acadêmica da ETDUFPA (Rua D. Romualdo de Seixas, 820).

Para acessar o edital na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Divulgado datas do Processo Seletivo 2012


Foram divulgadas hoje as datas do 1º Processo Seletivo 2012 do IFPA Campus Castanhal, para os cursos de nível médio e subsequente, cujo edital deverá ser publicado no próximo dia 07 de novembro.  A prova está prevista para o dia 18 de dezembro de 2011.

Segundo informações da Comissão do Processo Seletivo, 290 vagas serão ofertadas, sendo que 120 serão destinadas para a formação de 3 novas turmas de Ensino Médio integrado com o Ensino Técnico em Agropecuária. No ensino subsequente (ou Pós Médio), haverão quatro novas turmas: uma de Meio Ambiente (40 vagas, turno da tarde), uma de Florestas (35 vagas, turnos manhã e tarde), uma de Agroindústria (35 vagas; turno manhã) e duas de Redes de Computadores (30 vagas à tarde, 30 vagas à tarde). Não haverá formação de novas turmas de Pós Médio Agropecuária por enquanto, somente após a conclusão das turmas atuais, o que deve ocorrer ainda no ano de 2012.O PROEJA também terá uma nova turma, mas haverá um edital específico para sua seleção, que será publicado futuramente.

Em relação ao Processo Seletivo para o Ensino Superior, este ano será 100% através da nota do ENEM, pelo SISU. Estão previstas novas turmas de Engenharia Agronômica e Tecnologia em Aquicultura. Mas, ainda não temos previsão de quando sai este edital.

As aulas do próximo semestre, para os cursos de nível médio e subsequente, estão previstas para iniciar no dia 12 de março de 2012.

Abaixo, o calendário completo do 1º Processo Seletivo 2012:
  • Publicação do EDITAL - 07/11/2011
  • Período para solicitação de isenção da taxa de inscrição - 07/11 a 11/11/2011
  • Período da inscrição do Processo - 07/11 a 30/11/2011
  • Resultado da isenção do pagamento da taxa de inscrição - 22/11/2011
  • Prazo final para pagamento do Boleto Bancário - 30/11/2011
  • Publicação da confirmação de inscrição do candidato através do site: http: //www. castanhal.ifpa.edu.br - A partir de 08/12/2011
  • Prova prevista - 18/12/2011
  • Publicação do Gabarito Preliminar da Prova Objetiva - 19/12/2011
  • Período para recurso do Gabarito da Prova Objetiva - 19 a 21/12/2011
  • Publicação do Gabarito Oficial da Prova Objetiva - 23/12/2011
  • Divulgação do Resultado final - Até 20/01/2012
  • Período para Efetivação da Matricula - 30/01 a 10/02/2012
Para maiores informações, entre em contato com a Comissão do Processo Seletivo pelo fone (091) 3412-1612, ou por e-mail: cpps.castanhal@ifpa.edu.br.

Volta às aulas

Depois de um longo período de greve, hoje retornaram as aulas no IFPA Campus Castanhal. Os estudantes que moram fora do município estão chegando gradativamente, e a movimentação tende a aumentar nos próximos dias.

Das turmas de Proeja, a 1ª D e a 3ª D tem reinício das aulas no dia de hoje, sendo que o atual tempo escola dessas turmas irá até o dia 19/11/11 (eles funcionam em alternância pedagógica). A turma 2ª D (PROEJA Quilombola) deverá iniciar seu tempo escola somente no dia 21/11/11.

Cursos Técnicos para Músicos em Castanhal

O Rede Motiva - Conexão Vivo, projeto que promove atividades formativas visando ao desenvolvimento pessoal e à ampliação da carreira dos profissionais da música estará realizando quatro cursos em Castanhal, com o apoio da Prefeitura Municipal de Castanhal, através da FUNCAST.
Os cursos são gratuitas e as vagas são limitadas. Eles abordarão de forma ampla, temas importantes do mercado musical como empreendedorismo, as novas perspectivas da economia da cultura, formalização e organização do setor, além de qualificações técnicas.

Veja quais são os cursos e as datas de realização:
 
- TÉCNICAS DE SONORIZAÇÃO (03 E 04/11/11)
- ROADIE (15 A 17/11/11)
- PRODUTOR CULTURAL) (18 A 20/11/11)
- PRODUÇÃO DE ESTÚDIO (29 E 30/11 E 1º/12/11)

Para maiores informações sobre os horários dos cursos, entre em contato com a FUNCAST (3711-7137).Os interessados podem fazer sua inscrição pela Internet, pelo link:

http://www.redemotiva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=114%3Acursosinsc&catid=55&Itemid=64




terça-feira, 25 de outubro de 2011

Movimento por uma ciência menos produtivista

Pelo movimento slowscience

Pesquisadores, professores, nós precisamos urgentemente desacelerar! Vamos nos libertar da síndrome da Rainha Vermelha! Pare de querer seguir cada vez mais rápido. Pare de querer seguir cada vez mais e mais rápido, o que resulta apenas em estagnação ou até mesmo retrocesso. Na mesma toada do Slow Food, Slow City e Slow Travel, nós criamos o movimento Slow Science.
Olhar, pensar, ler, escrever, ensinar. Tudo isso leva tempo e nós temos cada vez menos tempo para isso, se é que já não perdemos completamente esse tempo. Dentro e ao redor de nossas instituições, a pressão social promove a cultura do imediatismo e do urgente. Com produções em tempo real, os projetos vão e vêm em um compasso cada vez mais rápido. E nossas vidas profissionais não são as únicas vítimas dessa pressão: um colega que não está sobrecarregado e estressado é visto como excêntrico, apático ou preguiçoso – tudo em detrimento da ciência. A Fast Science, assim como a Fast Food, prima pela quantidade acima da qualidade.

Nós multiplicamos nosso projetos de pesquisa para angariar fundos para nossos laboratórios, que muitas vezes estão em condições deploráveis. Resultado: assim que acabamos de desenvolver um programa e, por mérito ou sorte, conseguimos financiamento, precisamos imediatamente pensar na próxima proposta, em vez de nos dedicarmos ao primeiro projeto.

Como os avaliadores e outros especialistas também estão sempre com pressa, nossos currículos são corriqueiramente avaliados somente pela sua extensão: quantas publicações, quantas apresentações, quantos projetos? Esse fenômeno cria uma obsessão pela quantidade na produção científica. Resultado: é impossível ler tudo, mesmo dentro de uma especialidade. Assim, muitos artigos nunca são citados e talvez nunca sejam lidos. Nesse contexto, é cada vez mais difícil localizar as publicações e apresentações que realmente importam – aquelas em que um colega despendeu meses, às vezes até anos, aperfeiçoando – entre outras milhares que são duplicadas, recortadas, recicladas, ou até mais ou menos “emprestadas”.

Claro que nossa formação deve ser “inovadora”, obviamente de “alta performance”, “estruturada” e adaptada ao “desenvolvimento de novas competências”. É difícil identificar as mudanças apropriadas em um mundo em movimento constante. Como resultado dessa corrida frenética rumo à “adaptação”, a questão do conhecimento fundamental a ser passado adiante – conhecimento que, por definição, não se altera – não está mais na agenda dos cientistas. O que importa é estar em sintonia com os tempos e, especialmente, mudar constantemente para manter a máquina em funcionamento.

Se aceitamos responsabilidades administrativas (conselhos universitários, departamentais ou administração de laboratórios), como todos somos obrigados a fazer durante nossa carreira acadêmica, somos automaticamente obrigados a preencher um número sem fim de formulários, muitas vezes dando a mesma informação e as mesmas estatísticas pela enésima vez. Ainda mais sério, o resultado da burocracia generalizada e da “encontrite” – a última, com o intuito de manter a aparência de colegialidade enquanto, em geral, acaba por esvaziar sua essência – é que ninguém tem tempo para nada: é preciso avaliar a submissão que foi recebida hoje para que seja implementada amanhã! E enquanto fazemos dessa situação uma caricatura, essa realidade se aproxima.

Essa degeneração da nossa atividade não é inevitável. Resistir à Fast Science é possível. Nós temos a chance de construir a Slow Science, dando prioridade a valores e princípios:

  • nas universidades, a pesquisa é o motor da educação, apesar dos ataques repetidos daqueles que sonham em eliminar a pesquisa das universidades francesas. É imperativo preservar ao menos 50% de nosso tempo à atividade de pesquisa, que determina a qualidade de tudo o mais. Em termos concretos, isso implica a rejeição de qualquer atividade que venha a confrontar-se com esses 50%.
  • pesquisar e publicar enfatizando a qualidade exige que todos nos concentremos nessas atividades por um período suficientemente longo. Para esse fim, nós necessitamos de períodos regulares sem responsabilidades administrativas ou de ensino (o direito de se dedicar exclusivamente à pesquisa um semestre a cada 4 anos, por exemplo).
  • não devemos focar na quantidade no currículo. Universidades estrangeiras já apontam para este caminho ao limitar a cinco o número de publicações que podem ser mencionadas em submissões para doutorado ou uma vaga na universidade (“Reward quality not quantity”, Trimble, S.W., Nature, 467 : 789, 2010). Esse princípio pressupõe que devemos decidir, em colegiado e de forma transparente, como avaliar nossos cientistas pela qualidade de sua produção científica, não pela quantidade de publicações e comunicações.
  • nutrida pela pesquisa, a missão por excelência dos cientistas de uma universidade é passar o conhecimento adquirido adiante. Os membros dos institutos devem ter tempo para ensinar, através do aprimoramento de suas condições de trabalho. Quanto tempo é gasto em solucionar problemas práticos, muitas vezes triviais, e que estão além das atribuições de seu trabalho? O tempo gasto em tarefas administrativas e na “criação de modelos” deve ser reduzido. Os tão famosos “modelos” deveriam realizar apenas a tarefa de definir o currículo específico para uma disciplina em uma universidade. Não é necessário mudar esse quadro a cada quatro ou cinco anos, como é o caso atualmente.
  • em nossas tarefas administrativas, é preciso reivindicar tempo para estudar as questões que estão diante de nós. Para o interesse de todos, devemos analisar o conteúdo criticamente. Rejeite então a pequena democracia e colegialidade criadas ao votar em tópicos que, no melhor caso, só serão analisados superficialmente. Não há nenhuma razão para aceitar a ideologia da urgência, repetida ad nauseam pelo ministro e seus “administradores”.
  • De forma mais geral, nós não devemos esquecer que há vida fora da universidade. Nós precisamos de tempo para nossas famílias, nossos amigos, nosso lazer… para o prazer de não fazer absolutamente nada!

Se você concorda com esses princípios, assine a petição pela fundação do movimento Slow Science. Acima de tudo, permita-se um tempo antes de decidir assinar a petição ou não!

Joël Candau, October 29, 2010 (published July 17, 2011)

Tradução do inglês e do francês para o português: Janaisa Martins Viscardi (UNICAMP, Brasil)

Fonte: http://slowscience.fr/?page_id=68

Carteiras de meia passagem intermunicipal são entregues

191 carteiras de meia passagem intermunicipal, de estudantes que solicitaram neste ano, foram finalmente entregues na última sexta-feira, dia 21 de outubro de 2011, às 15 horas, no auditório central do IFPA Campus Castanhal.

Na ocasião, os poucos estudantes presentes (ainda estavámos no período de greves) puderam fazer perguntas aos membros da Comissão Gestora que vieram fazer as entregas, tirar dúvidas e fazer proposições, especialmente ao atual presidente da referida Comissão, o também estudante Ozinaldo.

Essas 191 carteiras entregues ainda não representam a totalidade. Devido a problemas de falta de material, a Comissão Gestora não conseguiu terminar a confecção de todas as carteiras, o que prometeu estar fazendo o mais breve possível. Assim, ainda estamos aguardando a confecção de um segundo lote de carteiras de nossos estudantes.

O prazo de validade das novas carteiras é até 31 de março de 2012. As carteiras antigas também tiveram seu prazo de validade prorrogado até essa mesma data.

As carteiras entregues e cópias da resolução que prorrogou a validade das carteiras antigas estão à disposição dos estudantes, na Secretaria da CGAE.